NAMASTÊ PARA VITÓRIA
Estive numa conceituada livraria da cidade antes de voltar à casa, fui buscar um livro que fazia muito tempo ela tinha me pedido, era sobre prosa poética, queria eu comprar um de culinária para me aperfeiçoar, não ligava por ela não ter sabido cozinhar bem, pois casei com a mulher de meus sonhos. Encontro, já em nosso lar, sua foto estirada na cama em nosso cômodo, era sábado e, no final de semana, eu não teria que fazer mais nada a não ser comprar o livro e voltar para casa. Veio, a mim, um cheiro impressionante de rosas, minhas narinas ficaram impregnadas deste perfume que inspirava meu desejo de vê-la. Era o preferido de VITÓRIA.
Eu me arrependo muito do que fiz, foi um acidente, mas ninguém acreditou, estava meio tenso depois de uma patrulha policial. Sim, eu era um policial e gostava de fazer o certo, porém, expliquei para ao homem da condicional, antes de sair do presídio, que ia fazer o que ela tinha me pedido há dez anos antes de matá-la, iria ler a décima terceira página do livro, ela não era supersticiosa, contudo este número a perseguiu pela vida toda, desde o nascimento no dia treze. Ajoelhei-me diante de sua foto em lágrimas e abri a página, comecei a ler:
- Jogo o meu coração para você. Espero que entendas quando disse jogar, pois neste ato qualquer pessoa pode pegar pelo caminho, talvez seja numa estrada longa. Mas mesmo se você não aceitar e ele cair no meio do caminho, ficarei triste, porém, continuarei afirmando que joguei para pessoa certa. Entenderei também que estavas meio ocupada por não ver tão arriscado sentimento que me fez fazer esta loucura. Entenderei se não arriscaste é porque já existe um outro em sua mão, verei que sou um tolo por arriscar minha vida, porém eu pelo menos tentei e sempre tentarei quando houver outra oportunidade, pois respeitei o caminho de NAMASTÊ por me arriscar tão belo sentimento de divisão.
Não consegui ler mais, porém, eu sei que o Deus que habita em seu coração espiritual é o mesmo que habita em mim.