O dia de Chacal

 

Brasil- São Bernardo do Campo – 12 horas, uma multidão aguardava anciosamente

A presença do Ilustrimo Senhor Presidente  no Brasil, a inauguração de mais uma de suas obras fantasmas estava por se realizar naquele dia. Além da multidão presente, havia aproximadamente 40 homens da segurança, entre outros particulares, notava-se sombriamente alguns trajando terno preto.

Nas imediações sobre um telhado distante,um homem apreciava discretamente tudo,- o mesmo usava um binóculo do tipo que se usa nas forças armadas,- mas algo me chamou atenção,- uma maleta ao seu lado de comprimento suficiente para caber um rifle.

 Eu, curiosamente observei seus movimentos atentamente,- para mim naquele momento tratava-se de algo estranho e que me causava desconforto,- e por um momento percebi que ele me olhou, fiquei assombrado imaginando o pior,- mas para minha total tranquilidade, o homem não me viu.

Quando após horas de observação, percebi que um helicoptero sobrevoava a área preparando-se para pousar no heliponto armado especialmente para este evento. Curioso observei o pouso perfeito deste helicoptero,-quando ao cessar seus motores, pessoas começaram a descer do mesmo, e num momento aplaudido, surge o Presidente em trajes de verão carregando sua garrafinha de água  presente de amigos da cidade de Pirassununga. Quando então lembrei-me do homem sobre o telhado, e rapidamente me voltei a ele, foi assustador o que acabava de ver, uma sensação de impotência me ocorreu naquele instante, pois nada poderia fazer e não haveria tempo hábil a nenhuma reação nacionalista ou até mesmo heróica de minha parte.

Meu coração disparou, deixando-me totalmente enloquecido quando vi o homem tirando daquela maleta algo familiar, uma cadelinha vira-lata linda, seu rabinho longo e branquinho me deixou radiante, ela me olhou fixamente nos olhos e latiu, fiquei caidinho por ela. Mas, meu dono que estava ao meu lado, naquele momento, justo naquele precioso momento chamou-me aos gritos- CHACAL....CHACAL...CHACAL...vem vamos dar um rolé até a praça, e colocou minha coleira rapidamente tirando-me da janela, e eu Chacal nunca mais vi aquela viralatinha linda que me faz saudoso.

 

Lamat Hun Toni
Enviado por Lamat Hun Toni em 23/05/2008
Reeditado em 23/06/2008
Código do texto: T1002618
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