Devaneios na solidão.

Era como se ela tivesse sido possuída por algo que ela não tinha conhecimento, sentindo apenas que o medo a tomava numa constante e ela não queria; na verdade, o motivo daquele estranho acontecimento era desconhecido. Como ela pôde se tornar aquilo? Um ser sem amor, de coração petrificado, gélido! E o mais difícil de responder: Como ela poderia deixar de ser aquela pessoa desprezível? Ela precisava deixar aquele lugar, mas não a deixavam sair, não a deixavam ir e se curar de todo aquele mal. O amor? Não era bem esta a cura que ela esperava, todavia, se não houvesse uma outra alternativa, ela não iria se opor, afinal, ela já havia tentado de tantas outras formas se libertar do cárcere interno sempre em vão; suas lágrimas já haviam criado um rio e, mesmo assim, ela ainda não era livre e a única esperança restante era que alguém pudesse vir resgata-la, enxergando qualquer nesga de bondade que ela possuísse e a libertasse de uma só vez daquela vida fúnebre. No entanto, tudo isto não passava de devaneios de sua mente; ela nunca seria encontrada por alguém, uma vez que nem ela mesma conseguia se encontrar dentro de si. Era um fato, ela acabaria só.