BILLY JOE
Este fato ocorreu na Pedra da Lage, em São Tomé das Letras - MG. Nos foi relatado por um visitante.
Dois bituqueiros sentam-se à beira do palco, com os pés para fora. A cena se desenvolve com uma tragada no cigarro de maconha, por um deles, pulmão cheio, sem respirar, solta a fumaça, passa a bituca para o outro, que repete seu gesto.
B1: Ó! (aponta para um canto da platéia)
B2: (Recebendo a bituca) Só! (Dá uma tragada, prende o ar, solta e fala:) Ó! (Aponta para outra parte da platéia)
B1: Só!..........................Ó! (O ritual tragada/prende o ar/solta/fala/aponta para a platéia, se repete até a platéia rir ao exagero, com o ridículo da situação).
Entra em cena u’a mocinha mareada balançando um embrulho nos braços, que parece um nenê. Está com olhar vago, como se estivesse baratinada. Senta-se no meio dos dois, com as pernas para a platéia.
M: Oi!?
B1: (repetindo a tragada) Só! (Passa o cigarro para o vizinho)
B2: (repetindo a tragada) Só!
B1, B2: Seu filho?
M: (olhar vago) Não!...
B1, B2: Só!
M: É o Billy Joe!...
B1, B2: Só!
M: Billy Joe é o meu cachorro!
B1, B2: Só!
M: Ele tá mal!...
B1, B2: Só!
M: Ele fumou um baseado comigo!
B1, B2: Só!
M: Ele está mareado!
B1, B2: Só!
M: Querem conhecê-lo?
B1, B2: Só!
M: (descobre a cabeça do cachorro, que pode ser de louça) Hei, Billy Joe, esses são meus amigos!... (a sonoplastia solta um som de cachorro latindo)
C: AU! (tipo cachorro drogado, fraco, inexpressivo)
B1, B2: Só?
M: Só!...
____________________________
Marcio Funghi de Salles Barbosa
drmarcio@drmarcio.com
Esquete da peça "O Banco", que
traça o lado cômico/ridículo da vida
dos usuários de drogas.