PARAÍSO PERDIDO
Levantou-se do catre imundo
Sentia ainda o amaro gosto na boca
Mirou-se no pedaço de espelho
Figura irreconhecível, barba grisalha,
Olhar inchado, cabelos desgrenhados...
Requentou o café de dias atrás...
Lembrou-se da juventude perdida
Drogas lícitas e ilícitas, enganações...
Vestiu os andrajos imundos
Resquícios de sua vida pregressa
Tentou fazer uma oração
Em vão...não sabia mais rezar
A família deixou-o no abandono
Ele mereceu, tinha perdido quase tudo
Dignidade, bens, amores, esperanças
Fortes dores lhe alucinavam...
Com certeza era o fim!
Uma lágrima rolou em sua triste face envelhecida.
(Maurélio Machado)
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