Desgovernado
Quando chegou surpreendeu pelo inusitado de, apesar do distanciamento atual, fazer-se
presente pelo que compartilharam algumas
vezes em tempos pregressos, fazendo que...
nesses tempos progressos houvesse a tal da
necessidade de vê-lo uma última derradeira
vez. Ele estava lá... em seu leito, ligado a um
tubo de oxigênio, sedado o suficiente para a
dor ser possível suportar sem desligar por...
completo... não usufruindo, ainda, de toda a
grandeza emblemática de momentos assim.
Como você está!? Estou assim, respirando e
esperando, surpresas. Que bom que vieste!
Confesso, não esperaria tal lembrança dum
passado passado tão bom. Brilhou-me o dia
esse momento. Não poderia deixar de vir e,
num momento de partida final, afinal, sair...
dessa... sem vê-lo. E assim fez-se registrado
um carinho, último, de almas amigas. Assim
como veio saiu leve, pelo portão onde antes
entrará silencioso e deixando um brilho nos olhos de todos. Ato contínuo, cinco minutos
depois, apagaram-se os brilhos com a notícia
de que partira, dessa para outra, atropelado
na esquina por carro fúnebre desgovernado.