ALMA PENADA
Nessa madrugada visito minha amada
eu sempre , pulo o muro do cemitério
depois da meia-noite
essa noite , desce uma densa neblina
parece uma noite
de alguma , cidade de londres.
Vou visitar o túmulo do amor
da minha vida , ela que morreu
de forma trágica , a poucos dias
depois , de uma overdose de cocaína.
O vigia do cemitério é meu amigo
ele faz vistas grossas , fingi-se de cego
ele me apelidou de Alma Penada
aquele , que toda madrugada
vagueia no cemitério atrás da sua amada .
Chego na sua última morada
Vejo sua foto , na lápide
de mármore Carrara
Sinto um louco desejo de entrar lá dentro
De , vê-la de perto , mesmo que seja
só os seus dejetos, seus despojos carnais
Mesmo morta ainda sou atraído por ela
Estou prestes a cometer um sacrilégio
Sem eu notar , meu amigo , o vigia
me espiava...
Percebendo meu desejo tétrico ele grita
Vá embora Alma Penada
aceite o desencarne dessa maldita
se violar esse túmulo
vou chamar a polícia!
Eu sinto uma revolta , um desejo assassino, quem ele pensa que é
para interromper meu reencontro
Resolvo ir embora , mas amanhã eu voltarei , vou matar meu amigo vigia
se ele se interpor
entre eu e meu eterno amor
Amanhã eu Conto se esse Conto continua...