ALMA PENADA

Nessa madrugada visito minha amada

eu sempre , pulo o muro do cemitério

depois da meia-noite

essa noite , desce uma densa neblina

parece uma noite

de alguma , cidade de londres.

Vou visitar o túmulo do amor

da minha vida , ela que morreu

de forma trágica , a poucos dias

depois , de uma overdose de cocaína.

O vigia do cemitério é meu amigo

ele faz vistas grossas , fingi-se de cego

ele me apelidou de Alma Penada

aquele , que toda madrugada

vagueia no cemitério atrás da sua amada .

Chego na sua última morada

Vejo sua foto , na lápide

de mármore Carrara

Sinto um louco desejo de entrar lá dentro

De , vê-la de perto , mesmo que seja

só os seus dejetos, seus despojos carnais

Mesmo morta ainda sou atraído por ela

Estou prestes a cometer um sacrilégio

Sem eu notar , meu amigo , o vigia

me espiava...

Percebendo meu desejo tétrico ele grita

Vá embora Alma Penada

aceite o desencarne dessa maldita

se violar esse túmulo

vou chamar a polícia!

Eu sinto uma revolta , um desejo assassino, quem ele pensa que é

para interromper meu reencontro

Resolvo ir embora , mas amanhã eu voltarei , vou matar meu amigo vigia

se ele se interpor

entre eu e meu eterno amor

Amanhã eu Conto se esse Conto continua...

NEREU AIRTO AMANCIO FILHO
Enviado por NEREU AIRTO AMANCIO FILHO em 24/03/2024
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