Edição de Card
Adriana Silva/2023
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Espinhos
(Conto Poesia)
Libertei-te da doçura que a cegava da mísera ingenuidade,
Que empurrava de um precipício sem fim,
Nasceram espinhos dolorosos e pontiagudos,
Que a puxou para a mais dura realidade do seu sim.
O mundo não era tão doce assim e nem haveria de ser,
As pessoas não eram aquilo que havia sonhado,
Caiu em tentação e viu seu mundo inteiro,
Sem dó nem piedade de ser desarmado!
Caiu nas labaredas do poço inúmeras vezes,
As chamas fincaram espinhos em sua face,
Retornou à superfície chorando e pedindo,
Que toda aquela dor acabasse!
Aguentou firme e forte
Tudo aquilo que abandonou-a própria sorte:
A dor, a fúria, a tristeza e o desespero,
E a sua nova vida assumiu por inteiro.
Aprendeu a usar o amor em pequenas doses,
A não ouvir as repetidas vozes,
Que tanto a derrubou
E a rejeição que a despedaçou...
Leu a bula antes,
Usou doses homeopáticas,
A quem de conta-gotas fosse.
Tornou o seu amor mais puro
Mais forte e mais duro
A quem infinito e merecedor estivesse!
Depois...
Limpa, digna e curada,
Voa livremente em seu mundo
E esqueceu o que tanto lhe machucava...
Carrega fogo, céu, fel, loucura e candura
Em sua própria alma
E leva consigo a calma
De quem foi cuspida de pregos sem armadura.
Publicado em: 26/01/2022