O limite dos municípios seguia adornando e encantando com a presença da linda mangueira.

Tronco robusto, copa frondosa, parecida com um enome sombreiro e sorria o ano inteiro.

Passantes e viajantes usufruiam das sombras, dos frutos e dos esconderijos nos mistérios da noite

enluaradas...  ou noites escuras sem barulho.

A frondosa árvore, talvez centenária, sorria entre a estrada e a linha férrea. Ao fundo, o Rio Paraíba

do Sul testemunhava  as histórias vividas e vívidas entre poesia e suspiros.

Com o passar do tempo, os passantes construiram trilhas para usufruirem  das alegrias  do lugar.

O cenário convidava ao romance, à alegria da amizade, ao usufruto da paisagem.

 

A mudança das doutrinas  sugeria aos casais o encontro sob o verde,  protegidos pelo tronco e 

o farfalhar das folhas sob a brisa das noites cheias de vagalumes e estrelas cadentes, brilhantes...

Tudo caminhava muito bem. A silenciosa mangueira, cúmplice dos amores, sorria contente.

 

Mas... um belo dia, cheio de nuvens densas, a população testemunhou a motosserra quebrando

o barulho do silêncio. Inacreditável! Tronco e galhos, folhas e flores...tudo ao chão!

O município descerrou o deslimite. A estrada seguiu sem curvas, sem retas...

O trem  seguiu  calado, sem sino, sem buzinas...

O Rio Paraíba chorou ao recolher as lágrimas da sensibilidade.

A sinfonia da passarada emudeceu, aninhou-se chorosa  na calada da madrugada.

 

Senhoras defensoras da moralidade...

sorriram para a insensibilidade!

 

Adeus  à mangueira dos amores!...