CONTO DA MANHÃ DE INVERNO
Sentei na relva úmida, sem a umidade incomodar, perseguia a vadia, que fugia do meu olhar.
Era manhã de inverno, fria, esgueiravasse pela luz tímida de um sol preguiçoso, quando me percebeu e fugiu. Tratei de resmungar e perseguir. Fui até o orvalho, ele simplesmente gotejou,
Fui ter com a relva, ela lentamente se inclinou, fui arguir o pássaro, ele cantou, voou.
Achei a em carvalho retorcido, quando um raio solar o atravessou;
Não me percebeu, eu a persegui.
Mas é, a danada, ardilosa; deu me corda, me iludiu. A cada passo que dava, meticulosa e serena, se afastava, fingindo não me perceber.
Sumiu quando eu pisquei, quando a fome bateu, quando o sol esquentou e secou minhas umidas partes.
Ah ingrata manhã, sabes que voltarei pra te buscar sem te alcançar, outra vez, até não ter pernas, não ter ar.