CONTO DA MANHÃ DE INVERNO

Sentei na relva úmida, sem a umidade incomodar, perseguia a vadia, que fugia do meu olhar.

Era manhã de inverno, fria, esgueiravasse pela luz tímida de um sol preguiçoso, quando me percebeu e fugiu. Tratei de resmungar e perseguir. Fui até o orvalho, ele simplesmente gotejou,

Fui ter com a relva, ela lentamente se inclinou, fui arguir o pássaro, ele cantou, voou.

Achei a em carvalho retorcido, quando um raio solar o atravessou;

Não me percebeu, eu a persegui.

Mas é, a danada, ardilosa; deu me corda, me iludiu. A cada passo que dava, meticulosa e serena, se afastava, fingindo não me perceber.

Sumiu quando eu pisquei, quando a fome bateu, quando o sol esquentou e secou minhas umidas partes.

Ah ingrata manhã, sabes que voltarei pra te buscar sem te alcançar, outra vez, até não ter pernas, não ter ar.

Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 08/08/2023
Código do texto: T7856056
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