Uma centelha paradoxal

um lampejo de contradição Instigante

 

Era uma noite estrelada, na pequena cidade de Uberlândia, onde dois amigos de longa data, Silvano e Marcelo, se encontravam em uma buteco, conhecido por “copo sujo duTião”. Sentados em uma mesa próxima à lareira crepitante feita de papel celofane, eles discutiam assuntos profundos sobre a vida, o universo e a existência divina.

Silvano, um homem ponderado e filosófico, acreditava que a eternidade era uma maldição disfarçada. Ele argumentava que viver para sempre seria tedioso e monótono, privando as pessoas da experiência da mortalidade, das emoções intensas e do senso de urgência que acompanham a finitude humana.

 

Um paradoxo divino muito debatido, O livre arbítrio: Se Deus é onisciente e conhece antecipadamente todas as escolhas e ações humanas, como podemos ter verdadeira liberdade de escolha? ou seja, não existe escolha. (entrementes, os dois, no caminho de aprendiz de feiticeiro, já tinham superado esse paradoxo, uma vez que, Deus é quem cria o tempo e o espaço!).

 

Marcelo, por outro lado, tinha uma visão mais espiritual e mística. Ele acreditava que Deus, o ser supremo, vinha de um lugar que não existe  tempo e do espaço, onde as leis e conceitos humanos não se aplicavam. Para ele, a eternidade era a própria natureza divina e, portanto, algo desejável e sublime.

 

Silvano, um homem ponderado e filosófico, havia desenvolvido um fascínio pela magia e pelo ocultismo. Ele acreditava que os rituais e as práticas místicas poderiam abrir portais para além da realidade humana, permitindo a comunhão com forças superiores e o acesso a uma sabedoria transcendente.

 

Marcelo, por sua vez, era um poeta, teólogo e músico talentoso. Ele encontrava inspiração nas antigas tradições espirituais e no poder das palavras e da música como ferramentas para vencer batalhas internas e externas. Ele acreditava que as canções eram veículos de cura, transformação e transcendência.

 

À medida que a discussão sobre a eternidade e a perfeição divina prosseguia, os dois perceberam que vibravam numa mesma frequência, uma visão semelhante sobre o poder do misticismo e da magia real. Movidos por sua paixão comum, eles decidiram se dedicar a explorar os segredos ocultos do universo e compartilhar sua sabedoria com os neófitos, aprendizes de feiticeiros e aqueles que já estão no caminho da luz.

 

Assim, eles se tornaram homens místicos, mergulhando em estudos profundos das artes da magia e desenvolvendo rituais, feitiços e encantamentos. Seus encontros no botequim se transformaram em sessões de aprendizado e prática, onde exploravam juntos os mistérios do cosmos.

 

Silvano e Marcelo criaram rituais especiais que envolviam o poder das canções e das palavras. Eles compunham melodias sagradas, entoavam cânticos poderosos e criavam encantamentos que transcendem a razão humana. aqueles que se ajoelhavam, levavam chicotadas nas costas para se manterem de pé e com a mente conscentrada no transcendente.

 

 Suas melodias e versos ressoavam nas profundezas do ser, despertando energias e forças que estavam além da compreensão da maioria absoluta dos homens.

 

À medida que a fama dos dois místicos se espalhava, pessoas de todas as partes do mundo buscavam suas orientações e sabedoria. Os rituais de Silvano e Marcelo tornaram-se conhecidos como cerimônias de cura, proteção e transformação da alma. Aqueles que participavam desses rituais testemunhavam milagres, curas e uma conexão mais profunda com o divino.

 

Bruxos e bruxas, se tornaram seres de luz, que procuraram e encontravam em Silvano  e Marcelo seres mais evoluídos, cujas habilidades transcendentais ultrapassaram as fronteiras da razão humana. Eles eram vistos como mestres, sábios e guias espirituais, capazes de trazer equilíbrio, harmonia e paz às vidas daqueles que buscavam seu auxílio.

 

Enquanto a música e a magia fluíam em suas vidas, os dois magos continuavam a explorar os limites da existência e a compartilhar seus dons com o mundo. Eles encontraram um propósito maior em suas jornadas místicas, à medida que ajudavam os outros a se conectarem com o sagrado e a descobrirem sua própria divindade interior.

 

Assim, os dois amigos se tornaram paras alguns , figuras lendárias, para outros, místicos, gnósticos, bruxos, magos, santos… Reconhecidos por seus rituais poderosos, canções encantadoras e a capacidade de vencer batalhas que transcendem o plano físico. Eles personificavam a união entre o conhecimento místico e a criatividade artística, guiando os outros em busca da verdade espiritual e da transcendência além das limitações da mente humana.