PHAEDRUS, O LOBO, ENCONTRA ALFREDO, O PINGÜIM

Phaedrus, o Lobo, encontra Alfredo, o Pingüim

(Texto escrito e logado em 21/07/2001)

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Phaedrus, o Lobo-Guará, mais uma vez saiu da sua tocapartamento.

A passo desapressado, paradoxalmente àquela urbe caótica, ia sentindo o concreto da calçada - em "slow-motion", cameralentamente.

Às vezes, parecia que pisava o solo macio da floresta - tão familiar, tão confortável.

Outras vezes, sentia como se andasse sobre o gelo duro da Antártida - um território hostil a um lobo tropical da sua estirpe.

Num trecho da rua, daqueles que a calçada parecia feita do mais puro gelo antártico, encontrou Alfredo, o Pingüim.

Alfredo - um Pingüim Imperial, daqueles imponentes, que só usam "smoking" o dia inteiro - "Smoking-de-chambre" prá hora de levantar, "smoking-jogging" para a hora de praticar esportes, "smoking-jeans-e-camiseta" para as horas de lazer, "smoking-paletó-e-gravata" para trabalhar, "smoking-black-tie" para sair e até "smoking-pijama" para dormir.

Apesar de toda aquela realeza, Alfredo era um pingüim desajustado, triste e infeliz. Não conseguia viver naquela calçada frio polar.

Phaedrus convidou Alfredo para andar com ele na calçada dos Trópicos.