URUCU
Se não existe pecado abaixo da Linha do Equador, não há razão para castigo.
E tu aqui condenado e sucumbir uma dor que não teve origem no teu santo corpo e sequer foi provocado por ti.
Aqui nos trópicos o torpor pode vir de qualquer céu de brigadeiro, de qualquer inferno fabricado.
Com um infrene desejo tu vislumbras a encantadora cunhã. Seu corpo finge vestir tintura de urucu e jenipapo.
Invade tua alma um eflúvio de maravilha e entorpecimento: um sentimento misto de concupiscência e piedade.
Pensa em pedir perdão.
Mas não há pecado abaixo do Equador.