O sequestro
Lucas caminhava distraído pela rua quando um furgão parou subitamente ao seu lado, e dois homens o atiraram para dentro, um saco de pano preto sobre a cabeça.
- Quieto, ou você morre! - Exclamou um dos raptores.
Lucas ficou em silêncio.
Finalmente, após mais de uma hora rodando, o furgão chegou ao lugar do cativeiro. Com o saco sobre a cabeça, Lucas não sabia onde estava, mas o ambiente parecia coberto e era úmido. Finalmente, numa sala com pintura descascada e chão de cimento, sem janelas, o capuz foi retirado. Dois dos raptores, homens fortes usando máscaras de esqui para ocultar as feições, estavam diante dele, braços cruzados.
- Vocês cometeram um engano... - disse Lucas. - Eu não tenho dinheiro...
- Não pegamos você para pedir resgate - disse um dos captores. - Vai ficar preso aqui por algumas horas, depois o soltamos.
- Só isso? - Indagou Lucas desconfiado.
- Só isso - replicou o homem. - Fique sentado e aguarde.
Havia uma cadeira num dos cantos, e Lucas acatou a ordem. Os homens retiraram-se pouco depois.
Após várias horas, sem que nada acontecesse, a dupla de raptores retornou e o capuz foi novamente colocado sobre a cabeça de Lucas.
- Fique quieto e tudo vai acabar bem - prometeu um deles.
Lucas não queria correr riscos e aguardou pacientemente enquanto o furgão rodava novamente pela cidade. Finalmente, foi atirado sem cerimônias na calçada de uma rua deserta, à quilômetros de distância de onde o tinham sequestrado. Ao retirar o capuz e consultar o relógio de pulso, viu que era tarde para atender seu compromisso do dia: a seção eleitoral já havia fechado e ele não poderia votar naquela eleição.
Só esperava que seu candidato não perdesse por apenas um voto...
- [06-07-2022]