Blasé

Diziam, olhar de peixe morto. Eu preferia – blasé. Nada e tudo, blue. Olhava sem olhar, mas sempre atenta. O olhar perdido, alheio e indefinido, reparando. A pálpebras caídas formatavam olhos angulados e, aparentemente, cansados, desde sempre. A primeira vez, em uma tarde chuvosa, encontrei-a sob a fumaça do cigarro, com o olhar escorrendo esparramado pela vidraça embaçada da janela, como se desprezasse todo o resto. Algo vago mirava. Blasé.