A vaca louca - BVIW
Tema: A cura
Sarah lavava a louça do café da tarde, quando escutou berros e mugidos. Largou tudo e correu pelo quintal, até a cerca que separa esse do mangueiro. Quando pôs os olhos naquilo, espantou-se com a cena apoteótica: numa nuvem de poeira vinham seu marido, puxando o cavalo, a vaca que acabara de parir, seu bezerrinho e todo o gado curioso que correu para a cena confusa e catastrófica. A vaca investia contra Juca, que só não caía porque era muito forte. Gritos dele, berros dela, mugidos do gado, poeira e confusão. Sarah pensou que aquilo não ia acabar bem. Desconfiou que o manejo estava errado. Juca nasceu na roça, mas era moço da cidade grande. Passavam férias na casa de sua sogra e Juca amava aquela vida que lhe traziam boas lembranças da vida que viveu ali. Ao chegar perto de Sarah, que já estava na companhia da mulher do vaqueiro da fazenda, Juca pediu a elas que levassem o bezerrinho até o curral, enquanto ele levava a vaca para o outro pasto, por um colchete. Estacou o cavalo no colchete, impedindo que a vaca viesse para o mangueiro, onde estava seu bezerro. Essa sapatiava e babava de raiva! Um imensa Gir, dobrada de tamanho por causa da gravidez. As duas mulheres pegaram o bezerrinho e o levaram ao curral. Porém, antes que chegassem à porteira do terreiro, Juca deixou a vaca passar. O desastre estava feito. Trote, berros, correria: Sarah caiu no chão bem na hora que Coração ia jogá-la para cima. A vaca pulou por cima e corria tanto que pensou que tinha pegado o vento! Sem entender, parou diante da cerca, onde Angélica a chamava pelo nome e essa investia, sem poder passar. Nessa trégua, Sarah levantou-se com dificuldade e passou a porteira. Deitou-se no terreiro, chorando e tremendo de tanta adrenalina. O drama ainda não tinha terminado: fratura de ombro, com rompimento dos tendões. Cirurgia, dor, fisioterapia. Orações, cuidados de mãe, amor dos filhos e do Juca, paciência, gratidão por não ter morrido. A cura dependia de tudo isso. E ela veio. E ela permanece.
Tema: A cura
Sarah lavava a louça do café da tarde, quando escutou berros e mugidos. Largou tudo e correu pelo quintal, até a cerca que separa esse do mangueiro. Quando pôs os olhos naquilo, espantou-se com a cena apoteótica: numa nuvem de poeira vinham seu marido, puxando o cavalo, a vaca que acabara de parir, seu bezerrinho e todo o gado curioso que correu para a cena confusa e catastrófica. A vaca investia contra Juca, que só não caía porque era muito forte. Gritos dele, berros dela, mugidos do gado, poeira e confusão. Sarah pensou que aquilo não ia acabar bem. Desconfiou que o manejo estava errado. Juca nasceu na roça, mas era moço da cidade grande. Passavam férias na casa de sua sogra e Juca amava aquela vida que lhe traziam boas lembranças da vida que viveu ali. Ao chegar perto de Sarah, que já estava na companhia da mulher do vaqueiro da fazenda, Juca pediu a elas que levassem o bezerrinho até o curral, enquanto ele levava a vaca para o outro pasto, por um colchete. Estacou o cavalo no colchete, impedindo que a vaca viesse para o mangueiro, onde estava seu bezerro. Essa sapatiava e babava de raiva! Um imensa Gir, dobrada de tamanho por causa da gravidez. As duas mulheres pegaram o bezerrinho e o levaram ao curral. Porém, antes que chegassem à porteira do terreiro, Juca deixou a vaca passar. O desastre estava feito. Trote, berros, correria: Sarah caiu no chão bem na hora que Coração ia jogá-la para cima. A vaca pulou por cima e corria tanto que pensou que tinha pegado o vento! Sem entender, parou diante da cerca, onde Angélica a chamava pelo nome e essa investia, sem poder passar. Nessa trégua, Sarah levantou-se com dificuldade e passou a porteira. Deitou-se no terreiro, chorando e tremendo de tanta adrenalina. O drama ainda não tinha terminado: fratura de ombro, com rompimento dos tendões. Cirurgia, dor, fisioterapia. Orações, cuidados de mãe, amor dos filhos e do Juca, paciência, gratidão por não ter morrido. A cura dependia de tudo isso. E ela veio. E ela permanece.