NAS ONDAS" DO REGGAE

NAS "ONDAS" DO REGGAE

Thalissa era filha natural de Brasília, da cidade que "virou lata para o lixo" vindo de todos os lugares, no dizer do "Politicamente Incorreto" livro do humorista Danilo Gentili, sucesso absoluto em 2010, quando foi lançado a partir de "Live", ainda com o óbvio nome de "transmissão AO VIVO", pelo UOL.

MacGiver (lê-se "magáiver") Wellington também nascera "naquele deserto" -- comparado a Las Vegas pelo piadista -- e se tornara DJ, hoje MC, saindo dos bailecos nos arredores só de descendentes dos "candangos", para os suntuosos convescotes de deputados e senadores endinheirados, com 15 salários por ano, 4 meses de "férias" e "3 dias" (de poucas horas) de trabalho na "semana". Quem ficava na monotonia brasiliense, por falta de aviões para tirá-los todos daquele "cemitério", esbaldava-se em intermináveis bailes embalados pela "discotecagem do MC, digo, "discjockey", antenado com a lista de sucessos americana e de Paris e com as "esquisitices" nacionais, que surpreendiam "representantes" do povo que nada sabiam... de povo e de Cultura, a popular pelo menos.

Thalissa, aliás, "Lily", era uma deusa tupiniquim misturando em corpo e sangue 4 das 3 raças (?!) que compuseram esse "espanto" denominado "povo brasileiro". Com curvas e protuberâncias nos lugares e nas proporções certas, 1,75 cm emoldurados por cabelos longos semi-dourados, olhar penetrante "de derrubar elefante", não demorou para a menina-moça "enturmar-se" no meio politicoso, presença exigida e aguardada, espécie de "escort" em moda na época, acompanhante, explico, antes que o leitor obtuso pense logo em bobagem, sacanagem. "Lily" sabia perfeitamente que, sendo de 1, não seria de mais ninguém -- algo que uma certa Larissa aprenderia rápido -- e não recusava parceiro, porém não "abria a guarda" nem se permitia intimidades.

Um dia os olhares do discotecário bem-apanhado mas sem graça e os da deusa dos salões, dama de companhia, se cruzaram, justo quando o coração dela estava aberto a propostas, pedidos, "sugestões", desejos inconfessáveis. Êle percebeu, "jogou a isca" meio desajeitado, indeciso, incrédulo, as pernas tremendo, mas o "peixão" veio, debatendo-se mais do que marlim em pesca de alto-mar.

Fim de um baile, início de outro, a cama "dançando" entre o Céu e a Terra, as células todas gritando "Aleluias" ao Criador por ter inventado algo tão bom. Ao sinal da nova aurora olharam-se como 2 espadachins cujo embate dera empate e despediram-se sem Adeus. O DJ nunca mais foi o mesmo... conhecera o Paraíso, viver na Terra agora era um fardo bem pesado ! Acumulara fortuna discotecando; decidiu gastá-la em mansão deslumbrante bem frente ao largo artificial onde, sabia êle, a sereia (a)dourada surfava todas as manhãs, uma visão de entorpecer a alma do mais "durão", de um John Wayne.

Meia Brasília soube, ela também, da aquisição milionária e a Mulher plena dentro dela entendeu bem o motivo maior daquilo... mas, dinheiro não é tudo na Vida e ela prezava demais sua liberdade para "virar escrava" dos caprichos de um home, qualquer um. Binóculo na mão do DJ, lágrimas descem como "falso remédio" enquanto ela surfa cortando o horizonte e o "prato" gira LP antigo, na varanda da mansão: "Quem eu quero não me quer... / e por isso já não sei / o que será de mim agora ! / Passo as noites soluçando..."

"NATO" AZEVEDO(em 7/julho 2021, 6hs)