O ataque das capivaras assassinas

O ATAQUE DAS CAPIVARAS ASSASSINAS
Miguel Carqueija

Laércio, examinando o longo horizonte com seu binóculo, finalmente avistou o que se temia e tocou o sino. Lá no seu posto de vigilância, no alto da paliçada do forte, viu seus companheiros se agitarem.
Hermes chegou ao seu lado.
— Tem certeza, Laércio?
— É claro! Veja lá, não são tanques de guerra? As capivaras estão chegando!
— São elas mesmo, as malditas capivaras! — exclamou o outro, olhando com seu próprio binóculo. — Ouça a trombeta! O capitão está chamando todo mundo!
— Todos aos seus postos! — ouviu-se o vozeirão de Battisti, o comandante do Forte Vitória. Ele era enérgico e inspirava confiança aos soldados, algo muito necessário num país assolado pela revolução das capivaras.
Logo muitos soldados, armados de bazucas e outras armas de grande poder, subiram no perímetro superior do forte, posicionando-se para defender o reduto.
Depois de algum tempo ficou claro que os inimigos não pretendiam atacar. Os tanques espalharam-se em posições estratégicas pelo deserto em volta do forte, configurando um cerco.
— Por que será que elas nos odeiam tanto? — comentou Laércio.
— Está brincando, meu chapa? Durante milênios a gente comeu carne de capivara, portanto...
— Se nos cercarem logo vão faltar comida e água!
— O capitão com certeza terá de ordenar um ataque suicida.
— Não temos muita chance contra tantos inimigos!
— Teríamos, se chegassem os reforços!
— Pois é! Já faz mais de uma semana que o governo prometeu mandar reforços e eles não chegam! Por que será?
— Ora não seja ingênuo, Laércio! Desde quando governo de esquerda fala a verdade?

NOTA: Depois que filmaram “O ataque dos tomates assassinos”, vale tudo.

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Miguel Carqueija
Enviado por Miguel Carqueija em 13/05/2021
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