Última esperança

O desespero crescendo e vencendo. Vi a escuridão tomar conta de tudo repentinamente. Era iminente, todos sabiam, mas preferiram negligenciar e confiar na solução frágil e inconsistente contra um mal milenar e experiente.

Vi ruir a vida como ela é. Vi ser coroado a fonte da pior das tiranias sádicas e imorais; baixou o decreto da mortificação de tudo. E tudo ruía.

Fugia eu, de mãos dadas com a última esperança da vida. Uma ironia: ela ser alguém que não vivia. Presa na liberdade como um calabouço sem paredes. Só quem viu a injustiça de perto pode até pensar que tudo aquilo era merecido, mas não há mal que triunfe o bem de quem é bom.

Rodrigo Hontojita
Enviado por Rodrigo Hontojita em 14/04/2021
Código do texto: T7232275
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