Última esperança
O desespero crescendo e vencendo. Vi a escuridão tomar conta de tudo repentinamente. Era iminente, todos sabiam, mas preferiram negligenciar e confiar na solução frágil e inconsistente contra um mal milenar e experiente.
Vi ruir a vida como ela é. Vi ser coroado a fonte da pior das tiranias sádicas e imorais; baixou o decreto da mortificação de tudo. E tudo ruía.
Fugia eu, de mãos dadas com a última esperança da vida. Uma ironia: ela ser alguém que não vivia. Presa na liberdade como um calabouço sem paredes. Só quem viu a injustiça de perto pode até pensar que tudo aquilo era merecido, mas não há mal que triunfe o bem de quem é bom.