Paradoxo de Hermes
Hermes (nome do Deus da mitologia grega que, entre outros atributos, era o “mensageiro”), jovem e inteligente, sem família ou amigos, não conseguia conter seus instintos, que permitiam o surgimento de seu lado obscuro, aflorando nas ruas da vida, no seu dia a dia em agonia.
Desorientado, desconectado do mundo real, armado e pronto para tudo, vagava sem destino pelos becos da cidade. Precisando de dinheiro para seus vícios, buscava por uma presa.
Ao passar por um beco percebeu a silhueta de um homem, bem vestido, aparentando possuir posses. Nesse momento, sem hesitar disparou a arma, atingindo-o. Percebendo que o senhor já não mais respirava, retirou seus pertences e fugiu.
Dias depois, foi capturado, julgado e condenado por latrocínio. Sendo primário e por estar drogado, fora da consciência, teve a pena reduzida, sendo encaminhado ao presídio.
No presídio, Hermes contou com ajuda e apoio adequado. Seu intelecto diferenciado é reconhecido, então ele consegue estudar e se forma em física. Ao término do cumprimento da sua pena, continuando os estudos, torna-se doutor em física quântica, especializando-se em dobras do espaço-tempo.
No futuro, mais velho, desenvolve um aparato que controla a antimatéria e permite observar o tempo passado. Aprimorando tal aparelho consegue criar uma dobra no espaço-tempo e volta ao passado para avisá-lo e impedir o crime que cometera e que tanto o atormentava.
Ao chegar naquele beco, nos minutos que antecederam ao momento fatídico, nota a chegada de seu “eu do passado”, mas antes que pudesse fazer algo é alvejado por ele.
Na iminência de morrer percebe que está preso no "paradoxo do mensageiro" e jamais conseguirá entregar a mensagem, que interromperia esse ciclo de eterno sofrer. Hermes intui, nesse momento, ser a fonte da sua salvação e, também, da sua perdição, mas jamais da sua paz.