NO VAZIO
Blam!!!! Ouviu-se o barulho da batida da porta se fechando às suas costas.
Deu dois passos; parou logo antes do esquálido
e hediondo tapete quadrangular no centro da sala.
Não sabia aonde ir.
Passou em “revista” os poucos móveis e objetos
que guarneciam aquele ambiente sombrio e devoluto.
Olhou ao redor; sentiu pena de si mesmo; acuou-se.
Tinha a mente empanturrada de pensamentos funestos e lastimosos.
Havia chegado em casa após o longo
e exaustivo dia de trabalho.
Eram 19 horas... 19h31 mais exatamente (viu de relance o velho relógio de parede; o tic-tac).
Teve um dia como outro qualquer: acordou, caminhou,
trabalhou, intervalou, almoçou, arrozou, feijãozou, trabalhou,
ouviu broncas do chefe mal-humorado.
Clientes inconvenientes, entra e sai,
mandos e desmandos, tarefas chatas, infindáveis, insuportáveis,
a rotina da volta para casa...
Tudo aquilo não fazia mais sentido;
nada mais fazia graça.
Em outros tempos certamente curtiria o alvoroço
das crianças, o latido estridente do “cofap”, as enjuanças da patroa.
Isso era alegria.
- Ah, fazer o quê???!!! Chorar o leite derramado???!!!
Perdeu o chão... Perdeu o cão...
Os pirralhos se foram felizes... ...e melancólicos!!!
E agora, Josué!!!???