Aquele dia

Cheguei mais cedo à faculdade àquele dia. Precisava apresentar um trabalho para ajudar a compor uma de minhas notas finais. Depois estaria livre e, com fé, passaria.

Aquela sexta seria diferente. Meu pai viajara e minha mãe passaria o dia inteiro na faculdade, onde também trabalhava, logo, eu e Maia poderíamos aproveitar a casa inteira a sós, durante o restante do dia.

Às dez, passei por minha mãe em frente à lanchonete da faculdade, avisei que passara e que, enfim, estava de férias. Ela limitou-se à um menear de cabeça em resposta, parecia soturna e distante, mas não me ative a isso, pois o foco àquele dia era outro. Enfim, despedi-me dela e saí.

Peguei Maia pelo caminho e nos dirigimos à minha casa. Passamos pelo portão aos beijos e risadas que interrompi ao perceber a porta da frente, estranhamente, destrancada. Silenciamos instintivamente e entramos, Maia atrás de mim e eu, com o celular à postos caso fosse necessária uma ligação de emergência, para a polícia talvez. Logo percebi que não seria preciso, pois à sala de estar, deitada no sofá, estava minha mãe. Acometida por repentina enxaqueca após a minha saída mais cedo, ela não fora trabalhar àquele dia.

Lunaccan
Enviado por Lunaccan em 17/08/2020
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