Sr. Escritor, não espere o leitor assim, tão ansiosamente
A forma das coisas:
Muito bem. Fonte correta. TNR. Tamanho. Sim. Formatação. Hum. Língua asseada. Espaçamento...
Espaçamento não.
Passa bem um caminhão entre teu artigo e tua preposição iniciais.
Em conteúdo, tão perto teu herói da tua heroína, e tão distantes neste texto negro que me mandas.
Queremos espaçamento X.
Envie-nos o teu texto novamente.
Em não mais de meio ano, responderemos.
- Positivamente?
Com o espaçamento correto, tudo muda, as coisas se põe mais claras. Quem sabe não para o senhor :) e cof cof (paranomásia:) teu herói se torne um caubói viciado em heroína, para desinteresse nosso e do nosso público.
As variáveis:
A uma menina não muito minha, mas que muito me queria, eu ofereci minhas palavras. Sorveu-as esfaimada, os olhos em mim, lendo em voz alta. Cobriu de elogios àquelas palavras, mas queria mesmo o autor delas... E como confiar numa mulher que nos quer?
Antes de nos ver a alma... na qual eu não acredito, pois não acredito em fantasmas, mas que a ela recorro porque não há outra palavra, falada ou escrita, que represente tão bem o que somos além do que podem ver os olhos, quando muito amantes o são, quando muito pedantes se fazem.
De um lado o desejo muito específico por uma verdade.
De outro, também o desejo muito específico por uma verdade.
Na mesma medida são individuais.
Na mesma medida, intensos.
Na mesma medida, verdadeiros.
Contudo vírgula não são a mesma coisa.
''...estamos rindo perto de você:
Não é bem o que estamos procurando, abraços e agradecimentos, foi o que li. O que recebi por email. Aguardado, não esquecido. Foi o que li cinco ou seis vezes. Não mais do que isto, o texto era curto. Conciso, direto, educado, formal, perfeito como um projétil. A ordem alfabética foi esta. A morte foi lenta. Foi rápida também: dei-me conta na manhã seguinte: a dor era real.
Dor de cabeça.
O lamento, o rascunho:
Eu escrevi um escrito. Não. Eu produzi um escrito. Isso. As palavras mais belas, os sentidos mais imanentes e vastos, os sons mais harmônicos e inesperados.
Assim eram elas... nos meus escritos não lidos.
Queria compartilhá-lo. Queria muito. Compartilhar essa flâmula e ver no rosto ao meu lado, amigo ou inimigo, o brilho tanto da alma quanto da chama.
E seria bonito mesmo se o prazer compartilhado fosse egoísta.
E seria triste ainda que o prazer somente meu não lhe causasse alegria.
Mas a pequena chama, triste ou bela, seria algo consumida
e algum brilho do céu nos chegaria.
Chegaria a mim. Tão somente a mim... mas se amigo fosse o rosto ao meu lado, por certo o calor do meu, de uma estrela do céu apagado, alguma luz distante ainda que fraca lhe traria.
E seria bom.
E seria o começo.