O INVENTO
Quando o eminente cientista, doutor Maia, anunciou estar pronto o teletransportador, houve alvoroço na UNICAMP, afinal o sucesso implicaria no primeiro ambicionado Nobel brasileiro e também para humilhar a universidade rival, USP, para onde seriam teletransportados o doutor e uma caixa de madeira. Meio dia foi o horário estabelecido, houve contagem regressiva, Maia era todo sorriso até uma fumaça o encobrir no laboratório de Barão Geraldo, do qual Maia e a caixa desapareceram.
Para grande gáudio unicampista, ambos surgiram de fumaças na Praça do Relógio, sucesso parcial da operação, Maia estava morto.
A autópsia no IML revelou que o cérebro fora recomposto todo em madeira, mas a caixa desaparecera no tumulto que se fez.
Dona Watanabe roubou-a, levou-a para o apartamento na Liberdade. A caixa pensante teve o desprazer de receber areia para que a gata Leonor defecasse: Triste destino para mente tão brilhante! Antes da morte cerebral vislumbrou um fiofó de gato defecando sobre si...