A noiva.
Havia tempos que não o via, conservava a mesma fisionomia, era branco, muito branco, alto, muito alto, notei diferença que quando eramos vizinhos, andava mal arrumado, seu apelido era "macarrão" de tão branco e magro. Quando jogava bola na rua era um sujeito desengonçado, corria esquisito, mas ali estava ele, agora muito bem arrumado na porta do colégio João XXIII aguardando o término da aula do turno da noite.
Conversamos divertidamente, lembrando das bagunças dos velhos tempos.
-Aí o que está arrumando? Perguntei ao meu amigo.
-Estou aqui esperando minha noiva, estou quase casando.
Notei um sorriso de felicidade do "macarrão".
- Animado então a compromisso sério heim.
-Sim ele disse, estou agora trabalhando e vou logo ter família.
Vi que ele realmente, estava empolgado com ideia do casório.
-E você? O que faz aqui?
-Olha estou esperando uma amiga, havia algum tempo que não a via e hoje por acaso encontrei e ela disse que era para eu vir pra gente dar um "rolê".
Usei o mesmo termo que a Sueli, uma bela mulher que havia revisto exatamente naquele dia, usou para me convidar para buscá-la após a aula.
Ele sorriu e ainda completou:
-Você está só na gandaia mesmo
Concordei com um sorriso, enquanto o sinal indicava finalmente o término da aula, no que começaram a sair os alunos.
Foi grande a surpresa quando o Joaquim saiu rapidamente, mal se despedindo e dizendo:
-Minha noiva, já vem ali.
Quando olhei quase não acreditei quando foi saindo em direção ao portão, o "macarrão" de mãos dadas com sua noiva, a Sueli.