O Guerreiro Azul - "From the Future": Parte II

Sem muitas opções devido ao evento tão inesperado, eu apenas corri para detrás de uma ávore de tronco robusto e tremendo como uma "vara verde" passei a observar com o "coração batendo na garganta" aquele objeto a descer com a clara intenção de aterrisar. Com a noite clara e o céu limpo, pude observar que era uma nave prateada em forma de disco. Tinha a superfície bem polida e o brilho da lua refletia nela dando um aspecto de assoberbada beleza. Devia ter uns 15 metros de diâmetro. Estava descendo em absoluto silêncio. Sem luzes externas a não ser a claridade que refletia dela proveniente da luz da lua.

Eu tinha medo de correr e aquilo me jogar um raio paralisante e me matar! Ou sei lá! Só sei que não queria estar ali quando aquele aparelho tocasse o chão! Eu estava me decidindo se ficava ali atrás da árvore ou se corria feito um louco rezando para não ser morto! Foi quando na minha mente ouvi com uma aguda nitidez uma voz que me dizia: "Não tenha medo. Preciso muito falar com você. Pousarei a nave e gostaria que não tivesse medo. Me permita se aproximar. E não se preocupe, minha aparência é muito semelhante a sua e não irá se assustar." Ouvi isso e pensei estar ficando louco. Mas, já havia lido muito livros de ficção para saber muito bem que seja lá quem estivesse naquela nave estava se comunicando comigo por telepatia.

De alguma forma ao ouvir essa voz me senti um pouco mais sereno. Meu coração amenizou suas batidas frenéticas e engoli à seco tranquilizando meu organismo. Então, esperei. A nave quase rente ao solo liberou quatro mecanismos que funcionavam como "trens de pouso". Eram como hastes de alumínio que a fixava no solo. Esses "apoios" penetraram o solo de forma incisiva e profunda o que me fez calcular que o peso dela era considerável. Uma portinhola se abriu na fuselagem e em meio a uma luz amarelada quase branca apareceu a silhueta de um ser de quase 2 metros de altura. Uma rampa se formou até o solo e ele desceu vindo calmamente em minha direção.

Enquanto se locomovia tranquilo até mim a porta atrás dele se fechou e a luz da lua refletiu nele revelando que ele trajava alguma espécie de armadura de tonalidade azul escuro ou royal. Mas, pela distância de algumas dezenas de metros que ele estava, não pude ver mais detalhes naquele momento. Quando ele já estava a poucos metros de mim, vi surgir dele um sorriso largo como se estivesse se divertindo com aquela situação de ver uma ser humano atrás de uma árvore tremendo de medo de um ser alienígena! E pensando bem a situação era bem cômica de se notar, do ponto de vista dele é claro! Eu ainda estava chocado.

Eu já havia saído de trás da árvore e fiquei na frente dela esperando ele chegar mais perto. Quando ele estava cerca de 10 metros, ele parou e apontou com o braço esquerdo uma direção. Olhei. A cerca de 15 metros tinha um banco de madeira desses que são colocados nos bosques para descanso e relaxamento. Eu pensei se ele queria que fôssemos até lá. Em minha mente aquela voz falou de novo dizendo que sim, deveríamos ir até o banco. Ele se virou e foi até lá e ficou de pé ao lado do banco.

Custava-me a crer que tudo isso estivesse ocorrendo. Pensei se não estaria sonhando e me belisquei com certa força. A dor me fez ver que era bem real e que era mellhor eu seguir o fluxo dos acontecimentos. Me dirigi até onde ele estava e quando cheguei próximo cerca de 3 metros é que vi maiores detalhes daquele ser. A luz do luar me ajudou a ver melhor. Infelizmente nessa parte mais afastada do bosque não havia iluminação artificial. No entanto, não foi preciso. O traje dele realmente lembrava uma armadura "colada" ao corpo. Não muito robusta e ia do pescoço aos pés. Tinha os cabelos longos, negros e lisos até o quadril. Um visor cobria seus olhos e ia de orelha a orelha. Pelo visor uma linha azul de luz fina horizontal permanecia acesa e vez ou outra ela intensificava ou enfraquecia o sinal azul luminoso como se o visor estivesse "vivo" "avaliando" toda a situação.

Não sabia se eu me aproximava mais. Ele então se sentou e sem dizer nada senti que eu deveria me sentar ao lado dele e foi o que fiz. Timidamente me aproximei e devagar sentei do seu lado esquerdo no banco. Ele fez um gesto com a mão direita e pareceu apertar algo no visor e ele se recolheu em si virando um pequeno dispositivo que ele

guardou encaixando-o numa espécie de cinto em sua cintura. E, então, ele olhou para cima, contemplou as estrelas, a lua e disse com uma voz serena, suave, quase musical:

(Continua...)

*Para quem se interessar, a Parte I e Final desse relato:

Parte I https://www.recantodasletras.com.br/contosinsolitos/5992712

Parte Final: https://www.recantodasletras.com.br/contosinsolitos/6928330

Cosmic Lover
Enviado por Cosmic Lover em 25/04/2020
Reeditado em 06/02/2022
Código do texto: T6928296
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