159 - Cento e Cinquenta e Nove
Quando escutei o tombo e vi, inerte, a figura, quando percebi que havia muito álcool no homem caído, desisti de ajudar. Muita da ajuda que podemos é dar espaço para que alguém regresse ao seu equilíbrio. Ainda assim puxei o corpo para perto de um sofá e cobri-o com a samarra que arrastava. O tempo haveria de trazer alguma serenidade à sua turbulência. Bebe-se por muitos motivos e todos eles tocam, abarcam ou rasam o prazer. Bebe-se como remédio para a dor, a angústia, o desespero e bebe-se pelo bom que é beber. Reduzi as luzes do Bar, deixei o recado preso à camisa e sai. Quando telefonou a voz era outra vez límpida e o sol ia alto. - Se puder venha agora abrir-me a porta.