156 - Cento e Cinquenta e Seis

Faço parte do cinzento. Desdobrei-me do anterior negro com um branco que apareceu. Nenhuma memória trago da noite. Faltaram estrelas e fantasmas e o medo que havia era tecido barato que se rompe ao primeiro arfar mais denso. Estava. Poderia ser um basalto mas sentia. Havia no veludo uma voz meiga, dedos subtis, e sei de uma língua, onda, praia quente de um outro estar. Fiz parte do mar. Faço sempre parte do que não devo e venho pela fímbria da luz a este repouso em que me baralho ao que não está como se não fosse. Muito quieto e calado… para ser.

Edgardo Xavier
Enviado por Edgardo Xavier em 30/01/2020
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