O Guerreiro Azul é ameaçado - Parte II (Final)
Os dois seres de armadura azul royal estavam firmes de pé ao lado um do outro empunhando suas espadas de luz. Estavam concentrados enquanto se aproximava violenta e rapidamente pela selva noturna aquele ser desconhecido, não obstante ameaçador! Sem aviso prévio fez-se profundo silêncio, o ser misterioso parara seu avanço e apenas uma silhueta monstruosa era possível ser vista entre as árvores. A chama da fogueira da clareira revelava parcialmente os aspectos pavorosos daquela entidade estranha.
A dupla de Guerreiros Azuis se entreolharam rapidamente como a dizer com seus olhares o que viria agora. - Se prepare! - Falou calmamente a moça que também possuía profundos olhos azuis e cabelos negros longos e lisos muito semelhante aos do Guerreiro azul que sem dizer palavra em resposta apenas segurou mais forte a empunhadura de sua espada de luz e aguardou inquebrantável. Após alguns longos segundos de silêncio uma voz cavernosa e grosseira bradou dentre as árvores que balançavam suaves pelo vento da noite:
- "Cretinos! Malditos! Miseráveis! Quem os mandou aqui? Ah! Já sei! Mas, não importa! Irei liquidá-los de qualquer forma!" - O ser bizarro, então, se mostrara e partiu com fúria para cima da dupla. Era uma terrível fera de 9 metros de altura, tinha três cabeças sendo a do centro uma espécie de felino semelhante a um leão; estava raivoso e seus olhos amarelos emitiam odiosas emanações. As outras duas cabeças eram como duas serpentes de olhos vermelhos bastante cruéis e vingativos. Tinha o corpo de aspecto humanoide, bastante musculoso e recoberto de pelos; possuía garras enormes em cada um dos quatro dedos das mãos e os pés eram como o de bovinos. Tinha uma cauda negra, longa e fina que parecia um chicote! Em muitos aspectos lembrava bastante uma Quimera da mitologia grega.
Esse ser dantesco e brutal correu ferozmente em direção a dupla de Guerreiros Azuis e a intenção era claramente aniquilá-los! Qualquer tentativa de uma conversa sem atritos se mostrara fora de questão.
Sem outra escolha a não ser se defender do ataque, a mulher de armadura azul foi a primeira a fazer seu movimento. Ela desviou do primeiro golpe que vinha em sua direção, se esquivou das garras que vinham para golpeá-la diretamente na cabeça e ela velozmente deslizou para trás do ser medonho escorregando por entre suas pernas enquanto golpeava uma delas cortando a da direita pela metade! A entidade monstruosa urrava de dor enquanto concomitantemente o Guerreiro azul partia para cima da criatura num salto preciso na altura do peito do monstro que ainda berrava da dor do primeiro golpe recebido da mulher guerreira; e o guerreiro num giro veloz e se desviando de algumas investidas das duas cabeças de serpente que procuravam abocanhá-lo, concentrou toda força em sua espada de luz e o golpeou contundentemente rasgando o peito da criatura que agora com dois golpes fatais sangrava e tombava no chão agonizante. Já em outra posição de combate e num sincronismo perfeito com o Guerreiro Azul a mulher guerreira em dois saltos velozes e precisos fazia cair ao chão as duas cabeças das serpentes restando apenas a de aspecto de leão que agora já dava seus últimos suspiros.
Os dois seres voltaram para ao lado um do outro e vendo a criatura na frente deles a perder suas últimas energias ainda puderam ouvir dela algumas últimas ameaças numa voz pesada e quase imperceptível: "- Não imaginei que fossem capazes de me derrotarem tão facilmente, mas não pensem que acabou, outros virão e não desistirão até que não sobre mais nenhum de vocês! Entendam que nós iremos..." - A entidade arregalou os olhos, seu coração dera a última batida, seus olhos se apagaram e as ameaças morreram com ela, para sempre.
Os dois Guerreiros Azuis se aproximaram do corpo inerte da criatura, juntos e em uníssono proferiram algumas palavras num idioma desconhecido; o cadáver da criatura se encheu de uma luminosidade rosa e algumas flores etéreas ali surgiram misteriosamente; a entidade recebera seus últimos préstimos. Seja lá o que os dois Guerreiros da Luz procuravam não estava ali; mas o ataque da criatura provara que estavam no caminho certo. Bastaria continuar procurando. Logo depois o casal se afastou alguns metros do corpo do monstro sem vida e olharam para cima. Sobre a clareia, cerca de 40 metros acima, estava pairando uma nave imensa e prateada, duas luas agora pareciam estar no céu estrelado e limpo. A fogueira na clareia dava seus últimos revérberos de luz enquanto um feixe luminoso descia sobre os dois que segurando suas espadas de luz e de mãos dadas eram teleportados para a nave acima que logo partia velozmente para algum lugar desconhecido na busca de algo que só eles conheciam...
***(Para quem se interessar, a Parte I da estória: https://www.recantodasletras.com.br/contosinsolitos/5850293)