EXPURGAÇÃO

As sementes da terceira guerra mundial começaram a ser plantadas assim que a segunda guerra terminou. Mas essa guerra seria diferente de todas anteriores, pois os povos de um mesmo país passariam a lutar entre si, professando aliança com correntes mundiais que excedem o comprometimento com a pátria.

Diversos movimentos revolucionários foram fomentados, sincronizadamente, por todo o espectro cristão mundial.

Protestos com faixas passaram a ser protestos com facas e bastões para quebrar as propriedades públicas e privadas. As demandas dos revolucionários aumentavam assim como seu grau de violência.

Alberto ainda se lembrava de quando jagunços do MST invadiram a pequena propriedade de terra que sua família possuía no Mato Grosso e cortaram os tendões das vacas e bois e botaram fogo em toda a plantação. Um evento traumático que ocorreu quando ainda tinha 9 anos. Lembrava com clareza de sua mãe chorando, implorando para pararem, e de seu pai puxando ela para dentro do carro para que fugissem, temendo pela integridade física de sua família.

Quinze anos depois, a família foi obrigada a sair da fazenda numa “Reforma Agrária pela igualdade” (assim como centenas de famílias). Eventualmente, a prosperidade que reinava naquelas terras foi corroída, pois os pelegos não tinham capacidade para lidar com a terra, e milhões de brasileiros começaram a passar fome. Com as pessoas produtivas tiradas das produções, o Brasil parou de exportar comida, e teve que começar a importar.

Sendo as minorias divididas por características físicas, preferências sexuais, religiões anticristãs, ateísmo e espírito de servidão. Outros poderiam enriquecer com isto na mídia e política. Já as maiorias eram compostas por pessoas de vários tipos, insatisfeitas com as atitudes revolucionárias, em sua maioria conservadoras, alguns compartilhando certas ideias econômicas esquerdistas, mas contra o radicalismo.

As minorias radicais voltaram para as ruas, com mais demandas para uma população já extirpada de seus bens, direitos e sem esperança para o futuro (as chamadas “maiorias”), mas desta vez, estavam armados com metralhadoras e diversas outras armas, que, por ajuda de seus financiadores estrangeiros passaram a aparecer em suas mãos. Sendo esses financiadores também parte da minoria, uma vez que formavam o 0,0001% mais rico do mundo.

A “maioria”, acuada e oprimida pelo politicamente correto, aumentou seus clamores por segurança. O governo ignorava e a mídia estava do lado dos revolucionários, emitindo reportagens falsas para que os revolucionários ficassem cada vez mais zangados.

Enquanto isso acontecia no Brasil, minorias radicais também estavam armadas em outros países das Américas, Europa e África. As últimas imagens que Alberto viu de Paris pelo computador eram embasbacantes: milhares de militantes islâmicos empunhavam AKs 47s em desfiles pelas ruas, cantando e proferindo ameaças ininteligíveis.

Nos Estados Unidos, uma imensa orgia para celebrar a diversidade foi organizada por ONGS no Central Park em Nova York. Dentre os participantes estavam pedófilos e zoófilos que orgulhosamente praticavam suas perversões em público. Crianças e animais foram levados por outros participantes para aprenderem desde cedo os “valores elevados” do politicamente correto.

“Deus não existe! Tudo é permitido!“, celebravam os presentes.

EUA e a NATO guerreavam contra a China.

Israel numa guerra particular contra vizinhos do Oriente Médio.

O mundo judaico-cristão estava um caos, e os cristãos desiludidos com a democracia. Ansiavam por alguém que os ajudassem.

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Os espíritos dos anjos pairavam nas águas acima do firmamento. Turyel, Ertayel, Yonyael e Azasyel lideravam um exército de criaturas que estava prestes a descer para a Terra, sedentos por almas deístas.

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Alberto não se lembrava quando, mas em algum momento no passado as pessoas começaram a ser cobradas (sem perceber) para escolherem lados em todos os assuntos.

“Você é contra ou a favor do casamento gay?”

“Contra ou a favor do aborto?”

“Policial ou bandido?“

Incrivelmente, boa parte das perguntas iam de encontro com a cultura predominante anterior. Como se por design, as grandes mídias começaram a fazer grande propaganda de promiscuidade, violência, falta de respeito pela autoridade, entre outros, e o governo entrou em seguida com diversas políticas públicas revolucionárias, gerando uma minoria radical que gradualmente foi ganhando a antipatia da “maioria”. Hegelianamente, surgiu um movimento reacionário.

Porém o movimento reacionário não tinha espírito sanguinolento nem armas adequadas para contra-atacar os radicais. Alguns chegaram ao cúmulo de clamar por intervenções militares, tamanho era o desespero e horror causados pela barbárie revolucionária.

A destruição total das ruas, lojas, assalto dos mercados mostrava um Brasil cada vez menos civilizado. Alguns dentro os reacionários se armavam como podiam, percebendo que em algum momento teriam de enfrentar as minorias, senão suas famílias morreriam de fome ou violência.

Devido ao caos, as pessoas ficavam trancadas em casa.

Certo dia, a mãe de Alberto, doente e sem remédios, ligou a televisão na Globo, onde o Jornal Nacional estava passando.

Na tela, via-se a imagem do presidente reeleito pela sexta vez, Molusco, quase batendo as botas, mas ainda bem de saúde.

Um povo de vermelho se juntava aos pés dele, tentando tocá-lo como se fosse um deus.

Cumpanheiros (sic): Anuncio que, finalmente, a estátua está pronta. - Olhou para Lulinha, filho e sucessor ao lado, e piscou, dizendo: - A próxima será sua!

A multidão gritava de alegria, enquanto comiam os pães que receberam para participar do evento. Molusco então se encaminhou para o centro do palco, onde cortou uma fita vermelha, e um lençol que cobria a estátua escorregou, mostrando uma enorme estátua de ouro reluzente com seu rosto e nove dedos que saudavam a platéia.

A cena foi cortada para momentos depois, quando diversos fiéis foram depositar suas ofertas nos pés do gigante Molusco. Muitos faziam preces para a estátua. Diversos homens de preto com fuzis foram designados para proteção do monumento.

Em outra cena, via-se diversos grupos organizados de minorias pelo país comemorando a estátua como um “símbolo contra o fascismo”.

Depois disso, o repórter começou a falar sobre como cada vez mais pessoas estavam vendo UFOs pelo mundo.

Logo em seguida, a moça do tempo começou a falar do clima, em frente a uma imagem da Terra em forma de bolota.

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Era começo da tarde do dia 23 de Setembro de 2038 quando um revolucionário usando uma camiseta do Che invadiu o terreno de Alberto para roubar batatas que ele plantava quase que clandestinamente. O dito cujo estava armado com uma espingarda. Com medo de tentar argumentar sobre as batatas com o analfabeto-funcional armado, Alberto escondeu-se. Àquela altura, sua mãe já havia sucumbido à doença, e Alberto morava sozinho com seu fiel cachorro, Giulius.

Sem poder controlar seu amigo, Giulius deu um latido ao perceber um estranho no terreno, o que chamou a atenção do analfabeto funcional que estava ali. Agora, pensou Alberto, o revolucionário iria querer também roubar o cachorro pra comer, e talvez até mesmo o próprio Alberto, pois canibalismo era algo normal naquela horrenda época que viviam de “comunismo vibrante”.

Esquecendo as batatas e pensando nas proteínas, o criminoso desviou sua atenção para a casa. Sem rodeios, atirou na porta e entrou. O coração de Alberto passou a bater mais forte, preocupado que Giulius fizesse mais barulhos. Tentou tampar a boca do animal, sem sucesso.

O pelego era burro e violento, mas não surdo, e percebeu a direção de onde vinha o som.

“É nosso fim”, pensou Alberto, que começou a orar embaixo da cama agarrado a Giulius.

O bandido entrou onde eles estavam, e começou a vasculhar.

Ergueu a cama violentamente, e sorriu quando viu as duas carnes vivas ali. “Meu jantar”, pensou. “Obrigado, sinhô Molusco”.

Com medo, Alberto demorou para abrir os olhos, mas ficou feliz quando o fez.

Uma sombra negra estava atrás do bandido, preparando-se para atacá-lo.

“Sem tolerância para o intolerante”, declarou o revolucionário, então ajeitou a arma pra atirar em Alberto, mas seu dedo jamais chegou ao botão de disparo.

A criatura atrás dele atravessou o próprio braço no meio da cabeça do homem, e a cabeça dividiu-se em duas como se fossem fatias de pão sendo cortadas. Só quando o corpo caiu duro no chão que Alberto pode ver a criatura. Sua alegria se dissipou na hora.

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“O que foi isso que eu vi?”, a pergunta atormentava Alberto desde o começo da tarde, quando uma bizarra criatura de aspecto reptiliano o salvou de um revolucionário canibal. Parecia um pequeno dinossauro, mas consciente. “Só pode ter sido um UFO. Ou um demônio..”

Alberto trocou o corpo do revolucionário por um pé de abobrinhas com um canibal que morava próximo mas que prometera jamais atacar Alberto em memória de sua “antiga amizade”.

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Os deuses voltaram. E eles querem ser adorados pelas almas deístas.

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Mais tarde naquele dia, o mundo inteiro testemunhou algo jamais visto na história. Um som grave, como de um motor, permeou por toda a superfície da Terra, em meio ao caos histórico de guerras civis e multinacionais, misturado a algo que pareciam trombetas.

Alberto correu para fora de casa, olhando para os céus. Os quatro bilhões de pessoas ainda vivos fizeram o mesmo, senão naquele momento, quando inúmeras luzes começaram a aparecer no céu.

“São os aliens!”, gritaram alguns. “É o fim do mundo, Jesus está voltando!”, gritaram outros.

Uma imensa agitação se espalhou por todo aquele círculo terrestre, enquanto as pessoas testemunhavam luzes e imensos objetos brilhantes descendo do céu em direção à Terra.

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As Tvs e computadores foram ligados mundialmente por pessoas em busca de informações, mas como de praxe, apenas desinformação estava disponível.

Foi apenas no dia seguinte que a imagem do presidente americano foi transmitida em todos os aparelhos em um discurso:

“Os alienígenas fizeram contato”, ele disse. “Eu sei que vocês tem muitas perguntas, mas não é possível responder todas agora. Estamos avaliando para saber se eles vieram em paz ou se… são uma ameaça.”.

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Na mesma noite deste dia, os aliens fizeram uma apresentação perante a Terra, tomando posse de todas as estações de rádio, TV e internet, e tendo habilidade de falar em todas as línguas.

“Somos do planeta Sekhmeth, do sistema solar de Nephthys, há 250.000 trilhões de km da Terra. Temos observado vocês, humanos, há décadas. Vemos a destruição que vocês tem causado na sua casa, e como a população anda oprimida pelos governos.

Viemos para restaurar a paz e a prosperidade. Assim como era no tempo em que nós criamos vocês.”

Uma pausa foi feita. Então, prosseguiram: “Calma, tudo será explicado a seu tempo.”

A comunicação foi interrompida, e inúmeros debates e opiniões começaram a se formar a respeito disso em todo o círculo terrestre.

Não demorou para que os governos se sentissem publicamente ameaçados com o discurso daqueles seres, os chamarem de intrusos e aprontarem os exércitos. Também fizeram discursos para suas populações, urgindo para que todos se unissem contra essa ameaça. Mas para as chamadas “maiorias” não havia nada de valor para salvar, e isso logo ficou claro.

Logo as alianças se formaram, dessa vez entre os que apoiavam o governo e os que apoiavam os Ets. Os revolucionários permaneceram com seu supremo líder, e os outros pela primeira vez em muito tempo tiveram esperança de liberdade e prosperidade.

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“Nós não queremos os que defendem os governos. Viemos para testar os da fé.”

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A mídia agora passava a atacar os aliens, fazendo as cabeças mais sugestionáveis da população temer os “intrusos” e dizendo que a evolução do regime comunista estava em perigo, assim como o supremo líder, Molusco da Silva e seu sucessor, o soberano Lulinha.

Convenceram muitos a entrar para o exército, e também chamaram os grupos armados para se juntar à luta.

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Os alienígenas soltaram as bestas que traziam consigo na Terra. Alguns eram seres gigantes que antes seriam perfeitos personagens de histórias de ficção. Outros eram seres alados com aparências de gárgula.

Os exércitos mundiais por sua vez lutavam contra eles com o uso de tanques e armas de laser e pólvora. Bazucas, tudo o que houvesse a disposição. Os revolucionários radicais também atacavam os seres “em nome da Revolución”.

Um banho de sangue de proporções épicas aconteceu. Para cada alien que o governo e seus comparsas matavam, mil dos deles morriam.

“Àqueles que não se opõe a nós, façam um símbolo em suas testas. Viemos para destruir os governos!”, haviam dito os aliens, mostrando qual era o símbolo. Era parecido com a conhecida figura do planeta Saturno, que por sua vez também era parecido com algumas das naves daquelas criaturas. Se constituía de uma bola com um risco horizontal no meio.

Alberto, já tendo sido salvo uma vez, imediatamente desenhou o símbolo na testa.

Os governos por sua vez, lembravam à população: “Nós alimentamos vocês, damos casas e tudo que vocês tem! Vocês correm o risco de perderem tudo isso e voltarem para a época que os fascistas reinavam com seu capitalismo opressor e com sua polícia opressora! Lembrem que eles odeiam vocês! Agora vocês possuem as terras e os bens democraticamente repassados a vocês e podem perder tudo! Lute pelo seu país contra os invasores fascistas!”.

Pelas ruas, cartazes espalhados onde se lia: “Alíens fascistas! Voltem pro seu planeta!”, “Nem um direito a menos!”, e outros lemas que foram embutidos nas mentes revolucionárias por seus líderes dotados de espírito humorístico.

Quase que do dia para a noite, os exércitos foram sendo derrotados, juntamente com seus comparsas revolucionários.

“Não, o fascismo não pode vencer!”, murmuravam alguns que, covardemente, desenharam o símbolo mesmo torcendo pelo Governo.

O propósito da existência dos grupos de minorias radicais estava completo, assim como havia sido projetado no século 19, e agora elas deveriam sair do caminho.

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“Está acabado agora.”, disse um dos aliens. “Todos os que estão vivos hoje, testemunharam os horrores do ateísmo com seus próprios olhos.”.

Pelo mundo, milhões de pessoas balançaram a cabeça, concordando com a declaração dos aliens.

“Foram perdas de seus entes queridos, foi a opressão com a qual os governos ateístas os trataram.”.

Nesse momento, uma lágrima escorreu pelo rosto emocionado de Alberto, lembrando de como sua mãe morreu por falta de remédios, inexistentes no país naqueles anos de socialismo. Só o que havia eram drogas nas ruas: heroína, LSD e outras que Alberto nem sabia o nome. Ele mesmo quase fora assassinado para ser comido por um canibal.

“E nós vimos tudo. E nos compadecemos com sua situação.”.

Alberto chorou.

“Foi por isso que nós voltamos: para ensiná-los a verdadeira doutrina espiritual dos deuses.”. O alien fez uma pausa significativa. Seus imensos olhos fitaram a câmera e causaram calafrios nos espectadores de todo mundo. “Portanto, a partir de agora, eu declaro o ateísmo proibido para sempre.”.

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Os aliens fizeram contagens da população e análises. A antiga fazenda de Alberto foi restituída a ele.

A anarquia deu lugar à ordem. Os ets implantaram sua tecnologia avançada, treinando e colocando Cyborgs e drones para patrulhar as ruas, a fim de garantir o direito de ir, vir, trabalhar e etc.

O papa da Igreja Católica, que durante todo o tempo ficou entrincheirado num salão de segurança subterrâneo embaixo do Vaticano, finalmente ressurgiu para fazer um pronunciamento oficial.

“Nessa hora, devemos lembrar o ensinamento de Jesus: sermos humildes. E aqui estou, sendo humilde, para admitir que nossa Igreja estava errada durante todo esse tempo.”.

Feito isso, ele despiu seu enorme chapéu papal.

“ Devemos reconhecer os aliens como nossos criadores e nossos salvadores. Eles nos salvaram da heresia que imperava nesse planeta. E agora vão nos iluminar com seus ensinamentos. Estejamos abertos a ouvi-los.”.

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Vários dos aliens foram até o Vaticano, e ao lado do papa, um deles fez um novo pronunciamento:

“Nós sabemos como suas almas deístas anseiam por um deus. E por isso, resolvemos voltar. Sim, voltar, porque aqui estivemos muito antes. Tudo isso será esclarecido em breve. Mas agora, o que quero dizer é que não não voltaremos a abandonar a Terra. Nosso líder irá coabitar com uma humana, para demonstrar a aliança de nossas diferentes espécies, e a cria será o símbolo dessa aliança. Um futuro rei que irá governar a todos com justiça. Na verdade, ele estará no nosso lugar... no lugar dos deuses. Quando voltarmos para nosso planeta, ele irá ficar. Um novo tempo começa.”.

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Anos se passaram, e a prosperidade voltou a reinar no Brasil.

A pequena propriedade de Alberto frutificou desimpedida, alimentando algumas centenas de pessoas que viviam em seu bairro com alguns dos condimentos que ele, com trabalho duro, produzia.

Alberto estava obviamente muito feliz e aliviado. Todo o inferno que ele viveu desde criança havia terminado. “Graças aos aliens.”, pensou.

Mas mal sabia ele que no futuro, sua filha recém nascida poderia conhecer um outro tipo de inferno quando se rejeitasse a adorar o novo deus que nascia na Terra.

Alberto terminou seus dias adorando os aliens.

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Voltando ao ano de 2038, no final da Terceira Guerra, que na sua segunda fase viu os alienígenas se juntarem a maioria, os ex-presidentes dos países envolvidos na guerra, dados como desaparecidos desde o final da mesma, se encontravam agora todos no Vaticano, para prestar adoração aos deuses.

Milhões de pessoas em seus comandos haviam morrido, entre soldados e revolucionários, mas eram uma baixa necessária. “Não se faz um omelete sem quebrar os ovos.”, pensou Molusco no local.

“Vocês fizeram muito bem seu trabalho.”, disse um dos aliens, que finalmente aparecera depois de horas de espera. Todos os ex-presidentes ali presentes se prostraram no chão em sinal de adoração. O alien continuou: “Como prometido, irão ter um bom cargo no submundo.”.

Obrigado, mestre. - disseram vários.

Serão mandados pro segundo inferno, o segundo mais light entre os sete níveis. - respondeu o alien. - Lá, irão se encontrar com seus fiéis, uma vez que vocês foram seus deuses na vida, serão também na morte. - Fez uma pausa, e prosseguiu, antes de telepaticamente matar todos os humanos ali presentes: “Espero que tenham aproveitado a riqueza da Terra.”.

Bruna Dmsk
Enviado por Bruna Dmsk em 31/12/2019
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