A RAMPA DO ZÉ DEFUNTO
O personagem deste conto, o José, ainda vive. Por motivos óbvios não vou mencionar o local onde o fato aconteceu. Só digo que foi em uma capital do Nordeste, à beira mar.
José é pescador e todos os dias se lança ao mar em seu barco. Ele mesmo faz suas redes e é bastante conhecido na comunidade. Sai ao amanhecer e pelo meio da manhã lá está ele, de volta, com os peixes que vende na rampa que facilita o desembarque, já com a vazante. Durante a maré alta, a rampa fica parcialmente escondida pelas águas. Abaixo dela foi construído o que chamam de “gigante”, um alicerce bem reforçado, de grandes pedras e concreto para conter a força do mar. Pela rampa, que não é realmente reta ou lisa, embarcam e desembarcam passageiros de outros barcos. É mais uma enorme escada, com grandes e largos degraus que facilitam a descida e a subida de pessoas e carga, pela inclinação bastante íngreme.
Certo dia, inesperadamente, Zé desfaleceu na cozinha de sua casa quando se preparava para a pescaria. Parentes e vizinhos tentaram reanimá-lo, sem sucesso. Levaram-no ao hospital onde foi dado como morto. Procedeu-se ao velório na Capela do Cemitério da Saudade. Uma vizinha puxava o terço, os demais acompanhavam, compungidos. Familiares choravam.
De repente, Zé sentou-se no caixão e, com os olhos esbugalhados, perguntou: “Onde estou?”
Foi um pavor generalizado, os presentes saíram em debandada, apavorados. Um e outro amigo, corajosamente, voltaram para ver o que aconteceu, ajudando Zé a sair do caixão. Devia ter sofrido um desmaio, um ataque e no hospital cometeram um erro... O pescador foi, então, levado para casa, são e salvo.
Desse dia em diante, o povo passou a chamar a escadaria de Rampa do Zé Defunto. E este, que só tem motivos para agradecer a Deus por seu retorno à vida, não se melindra com a “homenagem” e continua em seu mister de pescar e vender seu peixe à comunidade.
O personagem deste conto, o José, ainda vive. Por motivos óbvios não vou mencionar o local onde o fato aconteceu. Só digo que foi em uma capital do Nordeste, à beira mar.
José é pescador e todos os dias se lança ao mar em seu barco. Ele mesmo faz suas redes e é bastante conhecido na comunidade. Sai ao amanhecer e pelo meio da manhã lá está ele, de volta, com os peixes que vende na rampa que facilita o desembarque, já com a vazante. Durante a maré alta, a rampa fica parcialmente escondida pelas águas. Abaixo dela foi construído o que chamam de “gigante”, um alicerce bem reforçado, de grandes pedras e concreto para conter a força do mar. Pela rampa, que não é realmente reta ou lisa, embarcam e desembarcam passageiros de outros barcos. É mais uma enorme escada, com grandes e largos degraus que facilitam a descida e a subida de pessoas e carga, pela inclinação bastante íngreme.
Certo dia, inesperadamente, Zé desfaleceu na cozinha de sua casa quando se preparava para a pescaria. Parentes e vizinhos tentaram reanimá-lo, sem sucesso. Levaram-no ao hospital onde foi dado como morto. Procedeu-se ao velório na Capela do Cemitério da Saudade. Uma vizinha puxava o terço, os demais acompanhavam, compungidos. Familiares choravam.
De repente, Zé sentou-se no caixão e, com os olhos esbugalhados, perguntou: “Onde estou?”
Foi um pavor generalizado, os presentes saíram em debandada, apavorados. Um e outro amigo, corajosamente, voltaram para ver o que aconteceu, ajudando Zé a sair do caixão. Devia ter sofrido um desmaio, um ataque e no hospital cometeram um erro... O pescador foi, então, levado para casa, são e salvo.
Desse dia em diante, o povo passou a chamar a escadaria de Rampa do Zé Defunto. E este, que só tem motivos para agradecer a Deus por seu retorno à vida, não se melindra com a “homenagem” e continua em seu mister de pescar e vender seu peixe à comunidade.