76 - Setenta e Seis
Ninguém queria ir à cerimónia anual de entrega de prémios literários de um conhecido jornal de Cascais. Fui, portanto, designado para representar a minha empresa no evento. Quando cheguei disse que vinha em representação do Presidente da Estoril-Sol. Surdo, velho e caduco o director do Jornal percebeu que eu estava em representação do Presidente da República. O resto do tempo foi dramaticamente penoso. Fiquei atrás do centro de flores entre o velhote do jornal e um senhor que afinal era Secretário de Estado. Ouvi todos os discursos e distribui agendas muito bem embrulhadas aos mesmos que ganharam tudo( menções honrosas também) da quadra ao soneto, do conto à crónica. Vinham, eram felicitados mais uma vez e recebiam os embrulhos com o mesmo galardão: agendas.