73 - Setenta e Três
Ainda era calmo o tempo e, adolescente, já gozava de muita liberdade naquela terra africana parada no meio de nada. Um dia combinei com dois amigos ir a pé os dezoito quilómetros que distava a vila de uma Fazenda de sisal. Nas mochilas levámos mantimentos para dois dias. Andámos por picadas e carreiros até nos perdermos no escuro. Com lençóis e estacas improvisámos a tenda em que, depois de comer, dormimos exaustos. Quando acordámos verificamos, com pavor supersticioso, que havíamos dormido entre campas de um cemitério indígena.