64 - Sessenta e Quatro
Lia-me a sina por dois euros. Provavelmente tinha decidido que ma leria ainda que à força. E, com a leitura do jornal interrompida e o café já frio, decidi travar a insistência dela e disse-lhe: dou-lhe quatro euros se me deixar ler a sua. A principio riu-se, olhou-me de novo desconfiada e arriscou. Li coisas boas e outras mais fortes e ela arrepiou-se. Senti-me adivinho e mágico. Só loucos podem, numa esplanada, desejar ler a mão de uma cigana.