O GATO OBSTINADO

Tarde da noite, um gato sem dono invadiu minha casa. Sai gato pra lá. E nada do gato sair. Empurrei o felino pela janela e ele entrava de novo. Era hora de dormir. Não adiantava nada, o gato vira lata atravessava a porta e a janela. Eu fiquei afobado com aquele miado sem fim. Peguei o gato pelo couro, como a gata parida que carrega seus filhotes, mordendo no cangote, e atirei-o violentamente na cumeeira da casa. O gato atravessou o telhado e foi parar nas nuvens. Quando pensei que devia ter caído em algum riacho, o gato caiu em cima do meu travesseiro. Eu não sabia o que esse gato queria. Meu Deus, tu que inventou o gato me dê um sinal e o gato nada dizia. Miau. Comecei a espirrar, era o gato me provocando alergia. Outra vez, peguei o gato e atirei-o no meio da rua. Bati a porta, passei a chave, o gato atravessou de novo, peguei pelas orelhas, empurrei-o porta afora; mas ele voltava pelo buraco da fechadura; e depois pela frecha da porta. Eu precisava matar esse bichano, e Deus me ajudou que bolei um plano. Perguntei ao gato o que ele definitivamente queria:

- Gato, seu desatinado, me diga o que é que tu quer? - o gato continuou me olhando obstinado.

- Será que ele queria comida? - Coloquei a mão na cintura e olhei para ele, roçando meu pé. – Acho que não – Pensei. O gato estava tão gordo que deu um miado de obesidade mórbida. Descobri que o gato não queria nada. Desisti. E fui dormir. No meio da noite, o gato atravessou meu sono, para fazer mais peripécias em sonhos de crianças.

Ricardo Neto de Oliveira Mota
Enviado por Ricardo Neto de Oliveira Mota em 25/10/2019
Reeditado em 27/10/2019
Código do texto: T6778980
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