Memórias de um Suicida
Perdi a memória e não sei quem sou, ou o que sou. É tudo muito estranho. Vejo essas pessoas esfumaçadas, sinto apenas nostalgia, será real?!? Me deparo com uma pequena família em prantos, há muitas lágrimas e lamentações, onde estou? É muita melancolia para um ser frio e sem memória... Será o que devo fazer? Sigo minha intuição, estou caminhando em uma estrada beirando uma mata, há muitas cinzas pelo o chão, cheiro de queimada e carniça empesteiam o ar. Sigo avante sem olhar para trás, sem saber de nada, apenas sigo minha intuição, não sinto nada, nem a pressão de meus passos ou cansaço ou meus batimentos cardíacos, o sol está quente, percebe-se pelo o vapor pelo o asfalto mas, não o sinto queimar minha pele. É tudo muito estranho.
Ninguém pode me ver e ouvir, será que estou louco? Tantas perguntas, quantas vozes em minha cabeça, murmúrios, choro e gritos, mas não estou atormentado, esta trilha sonora soa como uma canção...
Continuo seguindo a caminhada como uma leve brisa e cheguo no fim da estrada, ao lado direito há um enorme abismo, parece não ter fim. Ao lado esquerdo um caminho que leva para dentro da mata, me parece familiar. Então decidi abrir a porteira e seguir em frente como se eu soubesse onde ia.
Ao passar pela a porteira, um homem alto se aproximou e de certo podia me ver, então o perguntei o que estava acontecendo e que eu havia perdido minha memória. O homem me disse que estava no caminho certo e estava ali pela a minha própria escolha, me desejou boas vindas e pediu para que eu continuasse seguindo minha intuição, o fiz. Adentrei a mata e fui direto para uma clareira perto de uma pedreira, deparei com uma moça de cabelos vermelhos, senti algo diferente naquele momento, parece que nos conhecíamos, ela abriu um sorriso e disse que estava a minha espera, disse que era minha esposa e finalmente estávamos livres da prisão carnal, havíamos concretizado nosso plano material e me levou para perto de uma árvore onde estavam dois corpos abraços e dependurados...
Eram nossos corpos. Havíamos suicidado e passaremos nossa eternidade juntos nessas matas. daqui seremos guardiões, aqui será nossa morada eterna.
(Raw Necro)