A morte do Sol e o buraco negro
“Sonhei que morri e vi a morte e ressurreição do Sol”
Marcos Barbosa
Sonhei que era dia 06 de Dezembro, meu aniversário e chegou o dia da minha morte. Eu estava completando exatamente 144 anos, no ano 2.100 da Era Cristã. Embora a grande maioria dos povos do planeta não fossem cristãos, a humanidade inteira adotou a contagem dos anos considerando o marco histórico da passagem de Jesus Cristo pela Terra.
No sonho, eu estava preparado para a morte.Eu era um dos poucos homens do planeta que havia conseguido completar um ciclo completo de vida para aqueles que obedecem a todas as leis da natureza. Até que eu não obedeci corretamente a todas as leis naturais, cometi muitos erros, mas descobri alguns segredos ocultos que me permitiram eliminar os defeitos psicológicos da mente e as deficiências biológicas do corpo.
A lei da vida não permitiria que eu ficasse mais nesse corpo. Minha última tarefa era abandoná-lo conscientemente, como eu sempre pedi ao Deus, Criador do Universo. A morte consciente aos 144 anos era tudo que eu queria. Verificar, observar e tomar conhecimento de todos os processos da morte. Como um cientista se dedica ao seu objeto de estudo, eu estava ali estudando o corpo usado por quase um século e meio.
No sonho, minha memória estava perfeita. Eu me lembrava de tudo que aconteceu nesta vida. Lembrei do momento que minha mãe, dona Amélia Barbosa, me deu à luz nas mãos do Dr. Hugo Pereira do Valle, no dia 06 de dezembro de 1956, às 5:30hs da manhã em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, no Brasil. Parece que eu não queria nascer, fui retirado com o auxílio de um fórceps. Abri os olhos e olhei para aquele homem de branco, senti a falta daquele líquido que eu respirava no útero de minha mãe. O médico me pegou pelos pés e a cabeça para baixo para derramar o líquido que estava em meus pulmões, deu um tapinha em minhas nádegas e eu expirei o líquido uterino e aspirei pela primeira vez o ar atmosférico deste planeta.Chorei normalmente como toda criança chora ao nascer.
- Eu te recebo com o nome de Marco Aurélio, Imperador Romano e filósofo, disse Dr. Hugo, com aquele olhar firme de general da II guerra e ao mesmo tempo mesclado com a expressão suave de poeta, que era.
- Mas Doutor, o imperador romano não é aquele que perseguiu os cristãos?
- Não dona Amélia, O imperador Marcus Aurelius reinou de 161 até 180 anos depois de cristo e no seu governo a perseguição aos cristãos foi bastante amenizada, não emitindo nenhum decreto de perseguição aos seguidores de Jesus de Nazaré. Como conseqüência natural de suas pregações aterrorizantes, ameaçando a civilização romana com o fogo do inferno, aconteciam algumas revanches e alguns cidadão romanos reagiam, porque se sentiam ofendidos pelos cristãos emergentes.
Nesta cena do meu nascimento, a conversa entre o Dr. Hugo, minha mãe e o meu pai, Sr. Marçal Barbosa, que entrou logo depois no quarto se prolongou e tudo que falaram tem muito a ver com meu futuro a ser revelado nesta história.
O sonho continua em capítulos como um livro. A vida continua seu dia-a-dia e a cada noite o sonho vem. A vida e a morte, o sonho e a realidade se misturam de tal forma que não posso mais dizer se sonhei que morri várias vezes ou se sonhei diversas vezes que morri. O fato é que a minha gloriosa morte era sempre no dia 06/12/2.100.
Neste enfoque do sonho, ou dos sonhos, eu perdi a preocupação com o corpo que estava ficando para traz e conquistei a oportunidade de entrar na freqüência vibratória de seres incorpóreos que as religiões chamam de anjos ou deuses. Esses seres, quando dominam um planeta ou um povo, impondo as leis necessárias para o seu desenvolvimento, são considerados “o único Deus vivente” pela visão superlativa dos seus seguidores.
Naquela freqüência, flutuando no espaço sideral, eu vi o começo e o fim do nosso sistema solar. Primeiro vou antecipar como vai ser o fim, até porque o fim é igual ao começo; o que está em cima é igual ao que está em baixo etc..
Tudo foi acontecendo muito rápido, aliás, esta noção de tempo, rápido e lento, não existe no espaço sideral. Mas para usar uma linguagem compreensível ao leitor, digo que de repente, o Sol foi se esfriando, apagando e eu percebi que houve um desequilíbrio entre a força de atração e repulsão exercida pelo Sol sobre todos os planetas e outros corpos celestes do sistema solar. Eu conseguia ver tudo de uma forma diferente. Vi o Sol morrendo. Que loucura! No sonho da minha morte eu sonhei com a morte do Sol.
Vi, nas últimas emissões da luz solar, todas as variações das suas freqüências eletromagnéticas; vi dois fluxos de energia multicolorida; vi que um entrava e outro saía do Sol; percebi que a força da gravidade:(F=GMm/r² Força gravitacional é igual a constante gravitacional multiplicada pela massa de um corpo, vezes a massa de outro corpo e o resultado dividido pela distância entre os dois corpos ao quadrado), criada pelo volume da massa estelar , naquela dimensão da natureza sideral era perfeitamente visível; Vi claramente que as emanações da luz em fótons e outras partículas eletromagnéticas empurravam, com poderosa força centrífuga, todos os corpos do sistema solar; por outro lado, via a força da gravidade solar, atraindo para o centro do Sol todos os corpos celestes sob o seu domínio. Este equilíbrio entre atração e repulsão não permitia que o corpo celeste se chocasse com o Sol e nem escapasse do seu domínio, girando cada um em sua órbita com perfeição matemática.
Desvendei os segredos guardados sobre a morte do Sol naquele sonho, quando eu vi o grande, único e último apagão do Sol. Apagando a sua luz ele atraiu para si todos os corpos celestes que lhe pertencem, porque não existe mais a força de repulsão gerada pelo fogo, pela luz que se apagou. É o fim da vida em todos os planetas e precisam voltar para a sua origem, onde tudo começou.
Com o apagão do Sol eu continuei vendo tudo, porque tudo estava iluminado naquela dimensão espiritual, por uma luz cósmica universal vinda do centro da nossa via Láctea. Vi finalmente que quando morre um sistema solar, a inteligência central do universo (Deus) determina a emissão de um COMETA, precedida de uma explosão no centro da Via Láctea.
Coincidentemente a palavra cometa se parece muito com gameta.
Vi, com meus olhos espirituais e compreendi que um cometa é um gameta cósmico de Deus.Vi tudo acontecendo, quando se formou aquela grande bola negra com o apagão solar, que atraiu para si toda a matéria que girava em sua órbita.
Neste sonho, ou transporte para o futuro lembrei que alguns cientistas do século XXI chamavam isto de buraco negro. Mas eu constatei, em sonho, que não era um buraco, era um ponto negro, uma enorme bola negra girando numa órbita própria da via láctea.
Senti que era chegada a hora de conhecer a origem do sistema solar. Como eu estava onisciente de todos os acontecimentos siderais da via láctea, tive a oportunidade rara de acompanhar a viajem do cometa expelido pelo centro da Via Láctea, numa espécie de orgasmo da divindade. Descrevendo um movimento parabólico elipsoidal, o cometa viajou pela via Láctea sem se chocar com outros sistemas solares parecidos com o nosso que estava morrendo. Ao passar próximo daquela grande bola negra, foi atraído pela sua força de gravidade, dando várias voltas, foi ganhando velocidade e se aproximando cada vez mais até se chocar, provocando uma grande explosão. Uma grande bola incandescente se formou, explosões menores ocorriam no centro desta bola, de onde eram emitidas massas menores de vários tamanhos, que começaram a girar em suas órbitas próprias, se resfriando na superfície onde ressurgirão novamente outras formas de vida no futuro, por nós desconhecidas.
Eis aí a morte e ressurreição do Sol, que vi no sonho da minha morte em 06/12/2100.
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