AMANHEÇO
Eu estava lá, no fim da noite. Observava a anunciação do sol, a lua não queria ir embora, mas, era preciso. De repente, olhei pela janela e comecei a notar o céu se transformando, as cores em mutações, a anunciação de um novo dia. Com um cigarro entre os dedos, fiquei apreensivo, a possibilidade de ver o dia raiar é sempre contrastante dentro de mim, pois, junto com ela, vem também o nascimento de um novo dia, o que, cada vez mais me desloca no tempo, tornando-me obsoleto, como um objeto inerte, estático, sem vida, apenas concreto, enquanto não é quebrado e jogado no lixo. Por isso, tenho medo de cada amanhã, nesses dias de agosto..