A viagem
Mulher destemida! Orgulhava-se de ter sobrevivido aos maus tratos de seu pai, e, que, após, este, entregá-la, à própria sorte, sofria, os mesmos, maus tratos, agora, perpetrados, pelo homem, a quem, acompanhara; decidiu, então, fugir dos dois, e, da vida que herdara.
Sua história conta que, chegara a uma casa, como empregada, mas, logo, percebera o verdadeiro intento.
O tratamento que recebera era diferenciado; antes devido, apenas, a dona da casa.
Tinha, apenas,13 anos. Logo, cedo, vira-se no lugar da mulher idosa, antes, a senhora da casa, que no quarto dos fundos, em vida provisória, sem parentes, ou, amigos, desalentada, esperava, sem reação, que a morte, chegasse, aos poucos.
A menina recém chegada pensara no porquê daquele desfecho e na herança maldita imposta àquela senhora. Viveria ela o mesmo castigo ?
A vida se reinventa, surpriendeu-à , trouxe uma nova chance. Veio o socorro.
DEUS protege os aflitos!
Não demorou, Logo, fugiu. Destravou as portas e os portões e saiu...de herança três filhos pequenos. Um no colo; ao lado, outros dois pequenos, que do pai, herdarão, apenas, o sobrenome.
Em sigilo, a menina, mulher, solteira e três filhos seguiu uma pessoa amiga ... sem ela não seria possível a fuga, não tornariam a vê- la, mas, foi o abrigo, na hora, mais, difícil .
Surpreendeu-se o "tutor", homem feito! O escolhido pelo seu pai, mentor de toda a trama.
Menina espertinha.. ..aos poucos, tudo ficou no passado. Que bomba!
Quase sempre, nos reconhecemos como vítimas e, acusados, são os outros! Desde os mais próximos ; aos mais distantes! Todos são culpados pela nossa tragédia.
A menina já não era tão inocente...
A menina, viajante, prosseguiu, e, assim, como vítima, conquistou amigos mais fiéis.
Menina mulher, solteira, continua solteira, enquanto alguém cuida de seus filhos. Esporádicas, eram as visitas, mas, com uma certa regularidade, assegurava, ainda, o lugar de mãe.
Os filhos cresciam, aqui e ali, com um, e, com outros, por uns tempos...
Mas, quem plantou, colherá; ou hoje, ou amanhã, o que plantou, sem delegação .
É justo .
A menina, realizou um sonho, casou-se, e, teve mais dois filhos, frutos da nova união; agora, por sua escolha, e, não, mais por imposição.
Em união " aos seus", os outros três filhos.
A menina, agora, uma mulher, prosseguia em sua viagem, e, sob influência de forcas incomensuráveis; forças, que, sabe-se lá Deus, como influiu nessa parte de sua viagem, e lhe ocasionou uma profunda transformação.
Seus! eram os Medos, os receios, as decepções, as mágoas...esses sentimentos, e, uma profunda necessidade de aprovação, de aceitação.
Em nova famililia, agora, uma nova vida, mas, sempre, em um "tribunal." Em julgamento, constante, suportou as cobrancas, as críticas, os vexames; e, desaprovação.
Não se pode apagar ou negar o passado, a fila anda? coisa nenhuma! E os três filhos de outro sobrenome?
Viagem difícil, a viajante, já sem as forças de uma menina, cedeu, e, foi cruel! Dos três primeiros filhos, exigiu muito, além do que lhes havia dado. Cobrou lhes, até o pão , e, a exemplo, de seu pai, entregou-os, muito cedo, às manipulações do mundo, sendo, partícipe, ao lado de seu esposo, de novas tramas, e, maldososas e covardes exigências.
Dos olhos, alheios, refugiava-se, tournou-se, forte e Controladora, fiel, aos seus propósitos, buscava o bem-estar seu, e, de sua família . Apressou, então, a sua retenção! Cortou parte de sua, pesada, Cruz, e, fingiu-se liberta.
Um, a um, todos os três perderam a sua guarda, a sua proteção de mãe.
Antes, menina; ainda, ontem, mulher; hoje uma senhora, e, prossegue a sua viagem. Muitas intrigas... causou perdas, separações. Já não vive, dias de paz. Sozinha, apenas, com seu exemplo, aconselha-se ; fez de sua estória o gatilho que disparou uma bomba contra todos os seus filhos.
Hoje, seus filhos, viajantes, também, seguem suas jornadas, e , provavelmente, ainda não sabem qual mensagem guardam, em segredo, e o que, a seu tempo, revelarão sobre si aos seus filhos. A viagem continua...