O ESTUPRADOR

O ESTUPRADOR DE BANANEIRAS

A história aqui escrita, já contei por aí afora. Os ouvintes, principalmente, mulheres nascidas e criadas em capitais , muitas vezes, duvidam da veracidade dos fatos. Não acreditam que pessoas possam transar com animais. Mas, para quem mora no interior sabe que é a pura verdade .

No passado, tudo era mais difícil. Para se comer uma mulher, tinha de ser puta de cabaré. Se uma menina de família fosse descabaçada, era o fim. Logo excomunga da família, depois perdia todas as amigas, pois nenhum pai permitia que sua filha andasse com uma mulher que não fosse mais virgem. A família da moça toda ficava envergonhada. Todos na cidade falavam da desvirginada como uma lepra. A saída mais honrosa era o casamento a força: na polícia como se dizia. Mesmo assim os comentários se sucediam. Fulana casou na polícia. Casou a força. Ou, em último caso, quando não se casava a força dava-se um jeito de internar a descabaçada em um convento para se tornar freira.

Quando o atrevido se recusava a casar estava selada sua sentença de morte. Se a moça tivesse irmãos estes fariam o serviço e aí começava uma guerra de família. Caso o pai não tivesse filhos homens, a solução, quase sempre, era encomendar a morte do D.Juan. De qualquer forma a honra da família tinha de ser lavada.O cabaço deveria ser pago de alguma forma, até para desencorajar outros aventureiros.

Portanto, nessa realidade, era difícil se comer uma mulher quando não se fosse casado, principalmente, naquelas cidades bem pequenas onde não existiam cabarés.

Aí, os jovem tinham de improvisar para satisfazer suas necessidades. A velha punheta era a mais requisita. Outros se viravam arranjando como amantes animais. Uma cabra de vez enquanto não era nada mal. Comer uma galinha também valia. As mais procuradas, como não poderiam deixar de ser, até mesmo por sua influência na colonização do país, eram as jumentas. Como dizia Luís Gonzaga, o jumento foi tudo até professor. Quando relinchava ensinava o ABC.

Outros, mais os criativos ou mais tarados, na falta de uma mulher ou de um bicho qualquer, para não ficarem só na punheta, adicionavam outras formas de masturbação ao repertório. Furar buraco numa bananeira e mandar ver era, também, comum. O pessoal do interior, quando queria se masturbar, apelava muito para o sexo vegetal. Substituir o sexo manual, a velha punheta por um buraco na bananeira acontecia sempre. Não posso dizer que fosse norma, mas era comum.

Como a bananeira tem um tronco bem macio e sem o menor perigo de causar ferimentos em seus amantes, tornava-se a árvore certa para tal prática. Sua nódoa era a única inconveniência, pois deixava manchas no pau do sujeito e em suas roupa. O resto se tirava de letra.

Todas as explicações acima têm por finalidade narrar um pequeno caso sobre o assunto.

Na minha cidade, havia um sujeito chegado a comer bananeiras. Moço velho, solteirão, quando sentida necessidade de dar uma, não tinha dúvida, comia uma bananeira, não no sentido literal, mas no sentido sexual. E, segundo se falava, só gostava de bananeiras "virgens", aquelas que ainda não deram cachos de frutas.

Aqui é necessária uma pequena pausa para uma explicação "técnica" a quem não conhece a reprodução das bananeiras.

A bananeira quando dá cachos de frutas, são cortadas e não nascem mais. Os filhotes de bananeira vão se espalhando ao redor do tronco da bananeira-mãe. Entretanto, quando a bananeira é cortada, por um motivo ou outro, antes de ter dado frutos, de seu próprio tronco surge um filhote que irá crescer a partir da altura que a bananeira foi cortada, engrossa e fica igual ou tronco. Depois de certo tempo não há como se reconhecer que aquela bananeira surgiu de um tronco ou era um filhote normal.

Pois bem, certa vez, o Estuprador de Bananeiras, como chamaremos nosso personagem a partir de agora, passeando por seu terreno, resolveu transar com uma bananeira. Escolheu uma bem gostosa, de tronco muito roliço, de cor amarronzada, com pigmentação vinho e "virgem", isto é, não dera ainda cachos de bananas, uma autêntica bananeira prata.

Escolhida a vítima, ou melhor, a amante. O Estuprador de Bananeira fez-lhe um buraco que coubesse direitinho sua rola dentro, nem muito aberto que não entrasse o pau dele, nem muito fechado, "foló", com se diz no Ceará, que o pau corresse frouxo de modo a dificultar a foda.

No interior, não sei como, mas tudo se sabe e as histórias correm rapidamente. Às vezes são aumentadas e acredito que até inventadas, fica, entretanto , a dúvida, porque muitas vezes, até o nome dos bois é dado .O certo mesmo é que existia um Estuprador de Bananeira que gostava realmente de fazer amor com as bichinhas.

Pois bem, após transar com uma bananeira, o Estuprador de Bananeira resolveu cortar o tronco dela. Como a bichinha era "virgem", depois de alguns dias, passando no local da foda, o Estuprador viu que do tronco da bananeira descabaçada surgia um filhote. Chegou perto da árvore, olhou bem para o rebento, não se conteve e exclamou:

- "Toma a bênção a teu pai, seu filho da puta".