Encontros... Casuais
O que aconteceu com o "profundo" da existência... Histórias são relatadas com sua própria inconstância de ser. Se alguém lê ou lesse, e quisesse trocar uma ideia, o que você diria? Ele pensou em pegar os fones de ouvido. Era só esticar a mão. Porém aquele gotejar tinha um cheiro. As pessoas que moram em cidades grandes se admiram ao sentir. Chuva! A música inspiradora que ele escolhera para escrever seus contos. Mantinha esse blog sem muito alarde e curtia os contos de fantasia. Era sua "criança" latente, mesmo depois de uma longa caminhada, ainda tem tanto para percorrer, sua alma perguntava que sentido faz senão morrer para viver...
Ele estava sentado no banco da cozinha. Tinha esse sanduíche que se enrolava para comer como um cigarro de tabaco para fumar. Primeiro são as cores, depois os sabores e o correr do sangue em seu corpo. Os pelos dos seus braços eriçaram, o choque do calor de alguém se aconchegando em você. Sempre o vira com aquela boca larga e o sorriso grande. Alegria de escrever. A metalinguagem é muito bacana e ele sempre imaginava o universo daquela maneira caótica em ordem...
Tem muitas coisas para serem faladas, para serem escritas, para a arte extrapolar. Reescrever é um dos exercícios constantes, pois são experimentações. Alguns dos seus contos criaram força para tomarem vida própria, personagens que nasceram e cativaram a ponto de pedirem para serem vivos. Continuaria com alguns deles, mudaria outros tantos. E mais outros deles irão perecer. Não serão reescritos ou publicados. Simplesmente passaram como ideias, e quem sabe não podem ser reaproveitados, mas não se sabe, nunca se sabe.
Apagou o cigarro no cinzeiro e alcançou o interruptor da luminária. Acomodou-se no travesseiro e deixou o cheiro esvaziar o quarto. Não havia estrelas naquela noite. Ele deixou o caderno ao seu lado, junto com a caneta. Sabia que a inspiração vinha nas horas mais estranhas, era no banho, era num encontro casual, era quando estava sem seu caderno. Deixe as ideias fluírem, se elas forem boas para você, se forem algo que você queira falar, se vocês quiserem se falar... Olhou para o visor do celular e ela não havia mandado mensagem. Nunca mais mandaria, no entanto ele continuaria escrevendo os contos, pois uma vez ouviu aquela admiração dela, "você está muito bem", e decidiu seguir assim, muito bem!