Em nome do filho
Ela não ousou abrir a carta do filho. Hoje encarna os últimos meses de seu rebento. Não tem fome. Não tem vontade de se relacionar. Não tem,como antes, uma boa relação com o travesseiro, senão por medicamentos específicos.
Não tem quase vontade nenhuma, exceto a de reler - à exaustão - a últimas letras do seu menino, um jovem que pedia socorro em silêncio. Pede ao escuro alguma luz, enquanto se apaga lentamente. Narra para si mesma a conclusão, novamente chorosa e sem volta. Enfraquece o ar e, num mal súbito, desperta. Examina o quarto semi-iluminado e corre ao leito do seu pequeno.
Acende a luz e confere a respiração do belo rapaz. Larga um suspiro fundo de alívio e, com cuidado, dá meia-volta. Acha um enfermeiro que a pega pelo braço e a retira do ambulatório vago. É reconduzida à ala dos esquizofrênicos.
Ela não ousou abrir a carta do filho. Hoje encarna os últimos meses de seu rebento. Não tem fome. Não tem vontade de se relacionar. Não tem,como antes, uma boa relação com o travesseiro, senão por medicamentos específicos.
Não tem quase vontade nenhuma, exceto a de reler - à exaustão - a últimas letras do seu menino, um jovem que pedia socorro em silêncio. Pede ao escuro alguma luz, enquanto se apaga lentamente. Narra para si mesma a conclusão, novamente chorosa e sem volta. Enfraquece o ar e, num mal súbito, desperta. Examina o quarto semi-iluminado e corre ao leito do seu pequeno.
Acende a luz e confere a respiração do belo rapaz. Larga um suspiro fundo de alívio e, com cuidado, dá meia-volta. Acha um enfermeiro que a pega pelo braço e a retira do ambulatório vago. É reconduzida à ala dos esquizofrênicos.