Estigmas
O envelope lhe é familiar, assim como o ambiente cheio de um vazio que a atrai de um modo quase inevitável.
Anda de um lado a outro no quarto deserto, imersa na expectativa que depende apenas dela para se dissolver. Todos os dias, a mesma cena. Ela não ousou abrir a carta nas demais ocasiões e não ousa.
Desconhece a própria letra e a casa onde morou a vida inteira. Às vezes contempla a chegada de uma senhora tristonha, mais quando relê a carta que permanece como um enfeite sombrio em cima da cama arrumada, como se intacta. Não absorve o sentido que a cerca, dias e noites a fio, mas uma certeza não a abandona: jamais acreditou em fantasmas.
O envelope lhe é familiar, assim como o ambiente cheio de um vazio que a atrai de um modo quase inevitável.
Anda de um lado a outro no quarto deserto, imersa na expectativa que depende apenas dela para se dissolver. Todos os dias, a mesma cena. Ela não ousou abrir a carta nas demais ocasiões e não ousa.
Desconhece a própria letra e a casa onde morou a vida inteira. Às vezes contempla a chegada de uma senhora tristonha, mais quando relê a carta que permanece como um enfeite sombrio em cima da cama arrumada, como se intacta. Não absorve o sentido que a cerca, dias e noites a fio, mas uma certeza não a abandona: jamais acreditou em fantasmas.