Ela estava deitada em sua cama
Ela estava deitada em sua cama, o pavor dominava seus sentidos. A insônia era cruel. Os velhos pensamentos medonhos voltavam a assombrá-la. Pareciam uma espécie de câncer mental, que se multiplicavam, se reproduziam. O medo do caos, do colapso, da queda, da perda do equilíbrio total. O sentimento de culpa também era forte. Ela resolveu fechar os olhos e focalizar em coisas boas de seu passado. A música começou a tocar. Por incrível que pareça, seus pelos das pernas começaram a se arrepiar. Instantaneamente, uma energia apoderou-se de seu corpo. Era a esperança. Entendia, pela primeira vez, o significado real dessa palavra, sentia-se momentaneamente curada, com forças pra lutar. O que era isso? Deus? O amor? Não sabia explicar. Teve vontade de chorar e chorou. Não de tristeza, mas de alívio. Queria que essa energia, que esse sentimento durassem para sempre. Sabia que era algo impossível. Mas poderia ter um auto-controle melhor de sua mente. Passava a perceber a importância do pensamento. Além disso, era um ser social, precisava encontrar o equilíbrio nas relações humanas. Nessa noite, a insônia passou, ela adormeceu serenamente.