A Casa do Anjo

Eu andava na boa de bicicleta na cidade. Enquanto tudo era calmo. O ar tinha cheiro de terra molhada depois de uma violenta tempestade.

Observava eu alguns estragos, como árvores caídas, galhos caídos em carros, até passarinhos e ovos mortos na calçada.

Repórteres e reportagens.

Eu andei até ver uma linda casa branca, em cima esplendorosamente havia um anjo. Calça preta, camiseta branca, tênis prateado. Asas brancas e magníficas.

Não ousei olhar por muito tempo. Meus olhos cansaram a vista.

Fui pra casa pensando naquilo.

No dia seguinte, o dia estava de sol. Um tempo gostoso.

Andava a pé desta vez.

E desta vez, ao lado da alva casa, uma casa em escarlate. Por cima, no telhado, um demônio escarlate sem asas, mas que voava. Ria ele de mim, me olhando.

Corri medroso.

Nessa outra vez agora, fui de carro. Entretanto, havia um combate naquele local. Duas casas num vendaval absurdo. O anjo e o demônio se atracavam em uma luta implacável.

Faíscas enormes de luz saíam daquela ação e daquele local.

Até que algumas passavam por mim e me tiravam coro e eu sofria, e não conseguia correr, como se meu pé tivesse sido firmado.

O meu livramento talvez foi ter levado um lampejo em meus olhos. No que eu vi tudo branco e esplendoroso.

Depois a escuridão.

Acordei no hospital.

Tive alta no mesmo dia.

Agora de bicicleta, o curioso quis ir lá ver as duas casas novamente.

A branca estava toda rachada, mas firme.

A outra em ruínas.

Lucas Pestana
Enviado por Lucas Pestana em 19/02/2018
Código do texto: T6258414
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