FE(LI)Z A(NO) ENCA(SUL)ADO
Vou descansar
Colocar os pés para cima
Fechar olhos e ouvidos
Pois não há mais tempo
Os planos foram arquivados
A espera acabou
A estação está vazia
Não há mais desembarques
Somente um cartaz com os dizeres:
"Não existem mais passagens para lugar nenhum"
Estou só neste deserto chamado 'eu'
E com certeza não serei boa companhia
Sinto muito, não tem outro jeito
Mas nem tudo está perdido
Ainda tenho aquela camisa branca no armário
Amarrotada, pois faz tempo que não é usada
Pensei em outra coisa que ainda existe
Uma água gaseificada me fez lembrar
Lembrar de que? Que dia é hoje? Perdi a São Silvestre
Ou será que não tem mais importância?
Show do Roberto já passou?
Coisas antes imperdíveis, simplesmente esqueço
E o estranho, sem nenhuma 'dor na consciência'
Acho que a camisa branca vai continuar amarrotada
E a tal água gaseificada que faz lembrar o espumante?
Hora de jogar fora, já perdeu a validade como este ano
Só me resta fechar os olhos e ouvidos
E pensar no que Li: No Sul ainda tem sol...