Prelúdio

Não sei como e nem o que realmente aconteceu naquele lugar, de fato, talvez nunca saberei ou talvez eu nem queira, para todos os efeitos só tento fazer com que a minha mente apague cada momento que passei naquela cidadezinha escondida, onde por diversas ironias do destino, ou mera casualidade, acabei parando. Por mais que eu tente isolar as lembranças, não consigo afastar o eterno cheiro da água salgada que vinha das diversas ligações para uma praia não frequentada, escondida atrás de grandes árvores retorcidas. As memórias quando me voltam a cabeça são obscuras, mas ainda assim consigo sentir cada vibração do que só posso descrever como o mais profundo medo percorrendo cada músculo do meu corpo. Então, me desculpe se esse relato for tão vago quanto tudo o que venho lhe contando até então. Mas lembre-se, não fui eu que procurei por você para contar isso, você que veio até mim com uma suposta promessa de tentar me compreender, o que penso ser extremamente difícil, mesmo para bons olhos e ouvidos como os seus.

BS Oliveira
Enviado por BS Oliveira em 04/10/2017
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