Possuída pelo poder da noite

Lembro-me quando mudei pra cá, a aldeia de Sete Mares, um dia épico pra mim.

Eu era tão assustada, que achava que qualquer coisa poderia me derrubar e me devorar . Sentia como se não fizesse parte de um mundo como esse, cheio de pessoas tão valentes.

Ficava sentada, observando a todos e apesar de serem tão valentes, eram divertidos e um simples motivo já era festa.

Antes eu morava em Calácia, num Estado no norte do País, foi lá que nasci. Gostaria que minhas lembranças fossem mais nítidas, mas só tenho borrões em minha mente.

Na aldeia, todos se deitavam muito cedo, se deve ao fato de sempre escurecer muito cedo também. Para não perder o dia, todos dormiam cedo e antes do galo cantar já estavam de pé, para seus afazeres.

Eu sempre era a última a dormir, gostava do silencio e calmaria da noite. Nunca saia das redondezas, mesmo com vontade.

Um dia sentada observando, decidi ir além de onde meus olhos podiam alcançar, no meio daquela escuridão da floresta, o brilho da lua ressaltava a linda vista noturna.

Já afastada da aldeia, não muito longe, parei e pude ver seu rosto, seu corpo, sua pele sob seus pelos negros, suas asas e seus olhos negros que transparecia como águas cristalinas. Um anjo da cor da noite. Estávamos bem próximas, de frente uma para a outra. Observei-a, e observei a mim. Vi como se ve de outro angulo, meu rosto, meu corpo e minhas asas. Um anjo da cor da noite, era o que dizia o reflexo daquelas águas.

Não tem fim...ainda não.

Daniela Dimas
Enviado por Daniela Dimas em 16/07/2017
Código do texto: T6056384
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