(não ler) texto inacabado
Caminhava pelas ruas da metrópole encalacrado, com a mente embarulhada, repleta de pensamentos sórdidos, pessimistas, venenosos... Até que me deparei com uma tabuleta pendurada por finas correntes negras que se fixavam no teto de uma marquise carcomida. "Oficina - Recalchutamos sentimentos e emoções". Essa era a frase inscrita nela. Abaixo dela, na parede junto a calçada havia uma porta metálica que está entreaberta, uma nesga de luz laranja saia dela.
A mensagem da placa me deixou mais que curioso, fiquei muito instigado em saber do que se tratava. Abri lentamente a porta, deparei com uma ingrime escadaria. Subi com passos apressados. Lá em cima me encontrei em uma ante sala, depois de alguns minutos esperado sem ser atendido resolvi verificar o que havia por detrás da porta que está em minha frente, abri e enfiei parte da cabeça na fresta. Meus olhos arregalaram, grande foi a surpresa ao me deparar com um cômodo, completamente vazio, sem nenhum móvel. As paredes eram vermelhas, o teto branco e o piso negro. A luminosidade estava cansada. No centro do cômodo havia um jovem agachado, de cócoras, cobria a cabeça com uma peruca grisalha, com mais cabelos brancos que negros. Vestia túnica azul degradê e calçava sandálias de dedo, essas comummente usada por grande parte de nós, olhou em minha direção com um olhar frio e sereno. Nesse momento pude constatar o quão jovem ele era. Além da pele tenaz, o rosto possuia ralos e pequenos tufos de pelagem, aquelas que prenunciam a barba.
- gostaria de saber a respeito da placa lá em baixo? Ela se refere a algum tipo de tratamento? Como recalcular emoções e sentimentos? Disparei três indagações consecutivas.
O jovem/velho fitou-me compenetradamente e respondeu pausadamente:
Faça dieta de rusgas, elas geram rugas.
Evite atritos, eles lhe deixam aflito.
Discussão? É crisálida da desilusão.
Depois dessas palavras o jovem retirou a peruca e a pesada túnica. A cabeça não possuía um único fio de cabelo, tinha em seus braços, fincados nas veias agulhas, acopladas a finos dutos por onde transcorria fluido medicamentoso. A luz que já era precária se extinguiu, a madrugada sem lua e sem estrelas tomou conta do ambiente, um frio desconcertante percorreu minhas costas e ouvi mais um breve comentário da escuridão.
"Exercite levar desaforos para casa e quando aprender entenderá que não eram desaforos, eram palavras e atos advindas de pessoas tão pequenas quanto você na época.
Aí terá ascendido!
Sai assustado do local e fui para casa impressionado com o que havia presenciado.
Aquela noite dor muito bem, como não dormia há anos.
No dia seguinte, resolvi passar pelo mesmo local. Onde está a tabuleta não estavam as correntes presas no teto da marquise, a parta que está abaixo não estava mais lá, era apenas a parte de de uma floricultura.
Intrigado perguntei ao velho vendedor de flores sobre a placa.
- isso foi quando eu aqui cheguei meu rapaz, há mais de 40 anos. Isso aqui em cima era um templo budista, o líder deles morreu de câncer e o estabelecimento fechou. Essa placa a qual você se refere foi retirada no dia do sepultamento do mestre chim