Simplicidade (2)

Houve um tempo em que o mundo parecia pequeno,

era o tempo de criança, o que haveria além?

Nada! Era que o menino pensava

na sua louca disparada, pela estrada!!!

Sim, algumas décadas atrás tudo era bem simples, nos versos acima os meninos brincavam, pensavam e faziam com que o mundo fosse só deles.

Soltar pipas, os espaços contribuíam, jogar bolinhas de gude, quanta terra, nada de cimentado nas ruas os passeios que tranquilidade!

Mas não se trata de meter o pau nesta época não. É simplesmente uma análise. Nossos tempos modernos tem suas vantagens, e quantas!... (apesar de que usufruir destes tempos fáceis só pode dizer aqueles que residem em lugares adiantados, por exemplo no nosso Brasil, as regiões sudeste e sul. Pelo mundo à fora, os países de primeiro mundo)

Então vamos ver a história de Joãozinho, menino peralta que com seus quase dez anos vivia com sua mãe, a jovem dona Catarina. A vida para eles era apertada, mas até que viviam muito feliz. O amor de mãe, sempre fazia a diferença, Catarina procurava educar, procurando fazer o que uma mãe dedicada sabe fazer. seu marido Orlando, aliás ex-marido, fazia tempo que não procurava saber como iam passando. De repente aparece cheio de novidades, financeiramente faz a sua parte, deixa tudo em dia. Depois convida Joãozinho para passar uma temporada com ele na grande cidade em que vivia.

--- Quero te levar, moleque! Ficarás um bom tempo comigo, até ficar definitivo se quiser, sua mãe não deve se importar, ela será bem remunerada rss...rsss.

Joãzinho mais do que depressa:

--- Deixa, mãe?

Catarina naquele instante sentiu um aperto no peito, sua mente se anuviou. Por instantes ficou em silêncio, estes segundos foram como longo tempo. Deu para calcular a importância deste relacionamento entre pai e filho. A separação para ela seria dolorosa, mas tinha que ser assim, a felicidade de seu filho era o que mais queria nesta vida. Terminando este raciocínio rápido fez uma recomendação:

--- Tome conta de seu filho direito, Orlando, não procures mudar os hábitos que ele está acostumado, principalmente na parte alimentar!

E tem mais, a honestidade, por favor procure fazer que seu filho nunca seja corrupto. Ser honesto é o que sempre tento explicar para ele.

Catarina já tinha a impressão de que seu filho não voltaria mais aos seus cuidados. Aliás em vez de Joãozinho viver com ela na mais pura simplicidade, é lógico que ele preferisse a vida bem confortável com seu pai. Mas não custava nada pedir, até implorar o que ela queria para seu filho, sua única riqueza, seu único amor aqui neste mundo cheio de ciladas... Orlando retruca, até mesmo com ar um pouco zombeteiro.

--- Ah! E eu não sei? Podes ficar tranquila.

E partem, pai e filho para a cidade grande, Joãozinho cheio de expectativa, estava muito feliz, uma felicidade nova, estava em viajem dentro do carro do pai, e que carro!... Para o menino o pai estava sendo sensacional, estava esquecendo até de sua querida mãe.

Sua mãe, dona Catarina naquele instante estava em sua casa, não esquecia dele nem por um instante. Sentada, procurava disfarçar sua mente, mas estava sendo difícil, separação igual aquela, era a primeira. Pensava:

--- Quanto tempo ficarei longe de meu filho? Será que o conforto e as facilidades possibilitadas pelo seu pai naquela cidade grande, poderão fazer com que ele permaneça longe de mim por definitivo? Os pensamentos iam acumulando na cabeça daquela mãe:

--- Não sei não, quando Joãozinho chegar na casa de seu pai, será recebido pela outra, aquela que vive agora com meu ex-marido. E ela é muito bonita! É só insistir mais um pouco e faz com que eu seja esquecida por completo.

E realmente Joãozinho estava mesmo empolgado, de fato ao chegar foi muito bem recebido. A companheira de seu pai, dona Fátima era realmente linda! Parecia artista de novela, de cinema, foi logo dando as boas vindas:

--- Fique à vontade, meu querido, a casa é toda sua!

Ele ficou meio atrapalhado naquela casa imensa. Seu vídeo game estava prontinho lhe esperando.

Por alguns dias a maratona de Joãozinho foi intensa. Longos passeios, a alimentação bem variada, mas baseando só em guloseimas à vontade. Depois de alguns dias seu pai lhe falou:

--- Não tenho tempo pra ficar com você, ficarás por conta da empregada, até chegar o período das aulas, eu vou te matricular, porque você vai ficar definitivo comigo.

Começava a cair a fixa para Joãozinho. Várias vezes sozinho, cansou de jogar o vídeo game, até da comida perdia o interesse paulatinamente. E por falar em comida, lembrava dos temperos de sua mãe. O arroz, o feijão, da carne bem temperada, dava pra sentir o gosto do alho e cebola. O café da manhã, um simples pãozinho com manteiga, que delícia! Sentia até a falta das reprimendas que sua mãe fazia, até quando chegava da escola, parecia escutar aquela voz doce mas bastante incisiva:

--- Como foi na escola hoje? Olha lá, porque da última vez que participei da reunião, recebi reclamações de você!

Nossa! E meu pai arrumando para que eu fique aqui, frequente a escola aqui, o que farei quando estiver em apuros?

Não passou nem muito tempo, seu Orlando pergunta a Joãozinho:

--- Então, meu filho, vais mesmo ficar aqui?

--- Não, meu pai, quero voltar agora, estou morrendo de saudade de minha mãe!!!

E voltou, a viajem de volta parecia bem mais feliz do que aquela quando vinha para a casa de seu pai. Chegando em casa foi aquele abraço apertado. Sua mãe dona Catarina, chorando de felicidade pergunta:

--- Por que voltou, não era o que mais queria morar com seu pai?

--- Não, mãe, descobri que não posso viver longe de você!

MORAL DA HISTÓRIA: O AMOR VERDADEIRO VALE MAIS DO QUE TODAS AS COISAS QUE PARECEM SER IMPORTANTES EM NOSSA VIDA.